O Preamar Cabano já é um evento consolidado no calendário cultural do Governo, por meio da Secult
A Secretaria de Estado de Cultura (Secult), realiza este mês de janeiro, mais uma edição especial do Preamar Cabano, ação que marca os 186 anos de uma das revoluções mais emblemáticas da história do período imperial no país: a Cabanagem.
Nesta quinta-feira (07), às 10h30, a Secult, em parceria com a Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel), realiza a live “Mulheres cabanas: memórias e contemporaneidades”, com a participação da doutora e professora de pós-graduação da Universidade Federal do Pará (UFPA), Eliana Ramos, e da mestra em geografia, educadora, ativista e atual ouvidora geral do município de Belém, Márcia Kambeba.
Já às 17h, o público também poderá acompanhar pela internet a aula “Belém, Cidade Cabana – Patrimônio e Memória”, com o professor doutor da UFPA, o historiador Aldrin Figueiredo. Na ocasião, a Secult também lança a versão virtual do livro infanto-juvenil “Memórias da Cabanagem”, inspirado na videoinstalação apresentada pela Secretaria no Preamar Cabano de 2020. O livro, que também tem conteúdo de audiodescrição, traz diversas ilustrações e textos que aprofundam o conteúdo histórico sobre a revolta popular ocorrida em janeiro de 1835. A obra estará disponível no site da Secretaria e em maio ganhará a versão impressa, durante a 24ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes.
Exposição
A Vila Sorriso também recebe uma programação especial no calendário do Preamar Cabano. Durante o mês de janeiro, uma das salas da Estação Cultural de Icoaraci abriga a exposição “Vozes da Cabanagem”, composta de painéis produzidos a partir de imagens de documentos pertencentes ao acervo do Arquivo Público do Estado do Pará, que mostram a diversidade sócio cultural dos integrantes da revolução.
“Os registros apontam a atuação de grupos indígenas, negros libertos ou escravizados e de mulheres, por exemplo. Ou seja, mostra uma Cabanagem extremamente diversificada em termos de participação e de objetivos também, pois esses grupos tinham ideais muitas vezes distintos dentro do movimento cabano, mas também convergentes, já que a maioria estava lutando por melhores condições de vida e de trabalho na Província do Grão-Pará. Além disso, é possível conferir a reprodução de documentos que mostram a percepção do Governo Imperial em relação ao movimento cabano e a imagem que ele tinha dos cabanos como anarquistas, assassinos e rebeldes, que são alguns termos com os quais os documentos qualificam as pessoas que participaram da Cabanagem”, destaca Leonardo Torii, curador da exposição e diretor do Arquivo Público.
Na outra sala da Estação, será exibida uma animação sobre a Cabanagem. Já na área externa do equipamento de cultura, haverá ainda uma programação com música, performance artística e espaço de economia criativa com a produção de empreendedores locais. Toda a programação é gratuita, mas o acesso ao espaço será limitado a 150 pessoas por vez.
Outro espaço que também faz parte do circuito de ações do Preamar Cabano é o Memorial da Cabanagem, situado no Complexo Viário do Entroncamento. O equipamento, gerido pela Secult desde o início de 2019, recebeu no ano passado revitalização da pintura, paisagismo, encaminhamento de pedestres e um novo projeto luminotécnico, além de área administrativa e banheiros. No espaço, segue aberta, gratuitamente, a exposição “Memória Cabana” e o público ainda pode conferir a intervenção artística sobre os túmulos, com os nomes de 1.953 cabanos que participaram do levante popular. Até o dia 15 de janeiro, o Museu do Estado do Pará e o Memorial da Cabanagem recebem iluminação especial para celebrar a data.
“O Preamar Cabano já é um evento consolidado no calendário cultural do Governo, por meio da Secult. A revitalização do Memorial – agora aberto ao público -, o lançamento do livro virtual com audiodescrição, as novas exposições e a transmissão, ao vivo, das abordagens históricas feitas por professores e pesquisadores reforçam nossa política de valorização da memória e a continuidade das ações de inclusão e acessibilidade. É também um esforço do governo para garantir que esse grandioso levante popular continue cumprindo sua missão de fazer frutificar em solo paraense a coragem de lutar incansavelmente por justiça e igualdade”, destaca a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal.