Programação da Secult celebra os 405 anos de Belém do Pará

Agenda terá exposições, aula virtual, entrega de Memorial e pocket show com transmissão ao vivo

Em 12 de janeiro de 1616, o capitão-mor da capitania do Rio Grande do Norte, Francisco Caldeira Castelo Branco, aportou em uma das margens do rio Guajará e ali ergueu um ponto estratégico de defesa para suas tropas – o Forte do Presépio. A partir desse local, se expandiu um circuito de atividades comerciais e a construção de habitações que deram início a uma das maiores cidades da Amazônia: Belém do Pará.

Nesta terça-feira (12), a capital paraense completa 405 anos de fundação e, para celebrar essa trajetória de mais de quatro séculos, o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), preparou uma programação gratuita, com exposições, aula virtual, entrega de Memorial e pocket show com transmissão ao vivo.

As ações iniciam nesta segunda-feira (11), às 11h, com a entrega do Memorial Verônica Tembé, um novo equipamento idealizado para garantir a preservação da memória e da cultura dos povos indígenas amazônidas. Já na abertura, a primeira exposição abrigada no espaço traz um rico acervo proveniente de Santarém, que contém mais de 1.700 peças, entre utensílios e objetos relacionados à subsistência de povos originários.

Foto: Divulgação

O Memorial será gerido pela Secult, por meio do Sistema Integrado de Museus e Memorias (SIMM), e está localizado na principal via do Parque Estadual do Utinga Camilo Vianna. Foi batizado em homenagem a uma das lideranças indígenas mais atuantes da região, Verônica Tembé, primeira cacica, também conhecida como capitoa entre os Tembé, conhecedora da medicina tradicional e responsável por reunir os Tembés em torno de um novo assentamento, a aldeia Teko Haw, além de ter atuado pela preservação da identidade Tenetehara.

Exposições

De 12 a 29 de janeiro, o Arquivo Público do Estado do Pará (Apep) sedia a mostra “Belém, 405 anos de História e Memória”, que traz ao público documentos históricos importantes da época, como o registro de doação de uma légua de terra à câmara da cidade de Belém, de 1727, que recupera o registro feito em 1627, conhecido como “Marco da Légua”, e uma carta de sesmaria de Theodoreto Soares Pereira, de 1728, que marca o início da ocupação do bairro do Guamá.

Os visitantes também poderão conhecer um ofício da câmara de Belém ao presidente da Província Soares de Andréa, solicitando autorização para a construção de uma ponte no Ver-o-Peso, que foi paralisada devido aos combates da Cabanagem; um documento da Secretaria do Governo, de 1986, que mostra algumas reformas que o Teatro da Paz passou naquele ano; fotos de Belém do final do século XIX e início do XX; além de publicações diversas e livros que tematizam a cidade de Belém.

“A exposição ajuda a visualizar as muitas mudanças que a cidade de Belém passou ao longo do tempo. Temos documentos do período colonial, imperial e republicano, que nos fazem refletir sobre a cidade que queremos para o futuro a partir desses retalhos deixados pelo passado. Essa é a mola da história: buscar compreender o passado para melhor entender o presente e projetar um futuro viável”, pontua Leonardo Torii, diretor do Arquivo.

A mostra será aberta ao público no salão principal do Arquivo Público a partir do dia 12, às 9h, até 29 de janeiro, com visitação das 8h às 14h. De acordo com os protocolos de saúde, será permitida a entrada de até duas pessoas por vez e o uso de máscaras é obrigatório no espaço.

Às 18h, será aberta a exposição “Encharcada”, na Galeria Fidanza, localizada no Museu de Arte Sacra (MAS), com apresentação do Trio Andaluz. Serão expostas 13 imagens de 11 fotógrafos convidados, que registaram em suas obras os traços de uma Belém ribeirinha. Um dos destaques é a imagem “Das águas, os peixes”, de Miguel Chikaoka. A mostra também homenageia o escritor, jornalista e historiador Leandro Tocantins, com a presença do “Mapa Pitoresco da Cidade de Belém” que ilustra o livro do artista e foi desenhado pelo ilustrador Percy Lau nos anos de 1960.

“A exposição é um exercício do olhar para uma memória muito particular e especial da cidade, que é uma Belém de todas as águas, banhada pelo rio e pela chuva da tarde. Esta capital quadricentenária tem na água muito de sua cultura, hábitos, costumes, gostos e odores que marcam a paisagem. A partir disso, procuramos selecionar obras que tivessem diálogo com esse elemento”, explicou Dayseane Ferraz, uma das curadoras da exposição.

Aula virtual

Ainda nesta terça-feira (12), às 16h, será transmitida exclusivamente pelo canal da Secult Pará no YouTube uma aula ministrada pelo professor doutor Relivaldo Pinho, com o tema “Belém no cinema regional”. Durante a live, ele vai analisar a representação da cidade de Belém na produção cinematográfica paraense e explicitar as diferentes formas estéticas e experiências em variados períodos históricos.

Para encerrar as celebrações do dia, às 21h, haverá uma apresentação de músicos da Amazônia Jazz Band, com participação especial da cantora Gigi Furtado. Os artistas Edgar Matos (piano), Augusto Meireles (baixo), Harley Bichara (sax) e Mariano Primo (bateria) vão encantar o público com as músicas Pauapixuna, Belém-Pará-Brasil, Solange, A Rã e Foi Assim. O repertório também inclui canções que serão interpretadas por Gigi, como Pecados de Adão, Bom dia Belém, Flor do Grão Pará, A Força que Vem das Ruas e Ao pôr do sol. O pocket show ocorre no foyer do Theatro da Paz e será transmitido por meio de live no canal da Secult no YouTube. 

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