Você sabia? Rio Branco não tem hino oficial

Capital acreana tem apenas música que celebra centenário da colonização

Há 140 anos era fundado o Seringal Volta da Empreza, às margens do Rio Acre, que mais tarde se tornaria a capital do estado, Rio Branco. 


Rio Branco foi fundada por Neutel Maia em 28 de dezembro de 1882. Na época, o local rapidamente se tornou um porto comercial e trouxe a urbanização para o seringal.

A capital foi palco das maiores disputas da Revolução Acreana em 1902, na luta por tornar o Acre um território independente. Quando o território foi anexado ao Brasil, a cidade mudou de nome para Vila Rio Branco e virou a capital apenas do Departamento do Alto Acre. Ela virou a capital em 1920 quando o estado foi unificado em um único governo territorial.

Na época, a cidade de Sena Madureira era preparada para ser a capital do Acre, contudo, devido ao peso político, da cidade ter se tornado um dos centros da briga entre bolivianos e brasileiros e também por estar localizada em uma área mais central acabou sendo escolhida como capital.

Concentrando o maior número de habitantes do estado, Rio Branco é formada por dois distritos tem uma população de mais de 419 mil moradores, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Calçadão da Gameleira — Foto: Arthur Santos/Arquivo pessoal

Sem hino 

A capital acreana, oficialmente, não tem um hino pra chamar de seu. O historiador Marcos Vinícius Neves explica que o hino atribuído à cidade é, na verdade, uma música em comemoração ao centenário da colonização do Acre.

O hino foi composto por Sandoval Teixeira dos Santos com melodia de João César de Morais, que pertencia à Banda da Guarda Territorial. A música foi encomendada em 1982. 

“Eram ótimos músicos, o que não significa que eram ótimos compositores. Esse hino nunca pegou, nunca caiu no gosto da população, nunca teve repercussão”

conta Neves.

A música, inclusive, é achada na internet como o Hino Oficial da Cidade de Rio Branco. O historiador complementa que, ao longo dos anos, houve a tentativa de fazer ajustes e melhorar a música, contudo, o projeto nunca foi para frente.  

“Quase ninguém ouviu. Acho, que deveria ser estabelecido um concurso público para eleger um hino que fosse popular, que tivesse uma melodia bonita porque você ver que, realmente, o hino do centenário não caiu no gosto popular”

frisa.

Capital acreana foi construída às margens do Rio Acre — Foto: Arthur Santos/Arquivo pessoal

Audiência pública debate projeto de concurso para escolher hino  

Uma audiência pública na Câmara de Vereadores de Rio Branco discutiu, na última segunda-feira (22) , o projeto de lei nº 18 de 2023, que prevê um concurso cultural para definir um hino oficial para a capital acreana. O autor do projeto, João Marcos Luz (MDB), convidou músicos, historiadores e representantes da administração municipal para debater de que forma a escolha de letra e música deve ocorrer. 

A casa ainda não divulgou detalhes do projeto, mas o vereador ressaltou a importância de ouvir o setor cultural da cidade.

“Nós ouvimos aqui historiadores, poetas, músicos. Enfim, foi uma audiência pública muito proveitosa. Com certeza, Rio Branco vai ter um hino lindo, feliz, e forte, igual à nossa cidade”

comenta.

O historiador Marcos Neves participou da audiência e ressaltou que as discussões sobre a criação desse hino é de muita responsabilidade, por ser a escolha de um dos principais símbolos da cidade.

“Vai ter uma abrangência muito grande na formação de crianças, na consciência histórica dessa população, no desenvolvimento das ações de patrimônio histórico. Então, o que a muitos pode parecer um tema secundário, diria eu que, do ponto de vista social, cultural, e até mesmo político, é um tema extremamente importante”

diz.

Informações retiradas do g1 Acre* 

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