Projeto que atende favelas do RJ está no Acre e já doou mais 3 mil marmitas para afetados pela cheia

Cheia dos rios no Acre atinge mais de 121 mil moradores na capital e no interior do estado.

Sensibilizados com a situação do Acre que enfrenta além da pandemia da Covid-19, surto de dengue e a cheia de rios que atinge milhares de pessoas, representantes do projeto Voz das Comunidades, que atende favelas no Rio de Janeiro, estão no Acre desde sábado (20). O grupo já conseguiu doações para entregar mais de 3 mil marmitas aos moradores atingidos pela cheia na capital e no interior.


Fundado por Renê Silva, o projeto tem várias iniciativas nas comunidades do Alemão, no Rio de Janeiro, e uma delas é o “Prato das Comunidades”, que foi criada no início da pandemia, em maio de 2020, para garantir alimentação às famílias em situação de vulnerabilidade.
Foto: Arquivo/Voz das Comunidades

A movimentação do grupo começou quando imagens de cidades acreanas inundadas ganharam força na internet. Dez cidades foram atingidas pela cheia dos rios no Acre e mais de 121 mil pessoas estão atingidas.

Ao ver a situação, o grupo resolveu levar o projeto para o extremo Norte do país e se juntou a tantas outras iniciativas. Artistas também reforçaram pedidos de ajuda para famílias atingidas pela cheia dos rios com a campanha “SOS Acre”.

“Ficamos sabendo o que estava acontecendo através das redes sociais, então começamos a ficar preocupados com tudo que estava sendo mostrado e decidimos trazer nosso projeto para o Acre. Quando começamos a falar sobre o projeto, percebemos que tinham muitas cozinhas e pessoas fazendo isso, então, o que a gente decidiu foi repassar doações do que a gente recebe para essas cozinhas. Desde sábado [20], a gente vem fazendo transferências para as pessoas que estão fazendo comidas e elas nos mandam as notas fiscais, fotos e já foi possível entregar mais de três mil quentinhas até agora aqui no Acre”, disse Renê. 

Cheia dos rios afeta mais de 121 mil pessoas em todo Acre — Foto: Juan Diaz/Arquivo pessoal

Visita às cidades atingidas

Além das doações, a equipe do projeto, em quatro pessoas, vai até a cidade de Sena Madureira, no interior do Acre, nesta quarta (24), para acompanhar de perto a situação e tentar mobilizar ainda mais doações. A cidade é uma das mais afetadas pela cheia do rio, que atinge mais de 27,6 mil moradores e desabriga mais de 290 famílias.

“Vamos passar o dia em Sena Madureira, já estamos em contato com algumas cozinhas que nós apoiamos, vamos visitar algumas das áreas alagadas na cidade. Na quinta [25], a gente deve estar em Feijó e depois em Tarauacá, que também estão atingidas pelas cheias.”

As mais de três mil marmitas doadas pelo grupo foram distribuídas em Rio Branco, Sena Madureira e Tarauacá. Ainda segundo Silva, o projeto também mobilizou a Cruz Vermelha que deve enviar ao Acre cerca de 50 toneladas de doações entre produtos de limpeza, higiene, máscaras, repelentes e EPIs.

“Nós que acionamos a Cruz Vermelha para vir para cá e eles estão chegando com 50 toneladas doações até sexta-feira [26]. E essas doações estão vindo em parceria também com o Tribunal de Justiça e com o Ministério Público do Acre que organizou toda a logística aqui no Acre para poder receber na base do Exército esse material todo e para poder repassar para as cidades atingidas”, informou Silva. 

Por Iryá Rodrigues, G1 AC — Rio Branco

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