No Acre, os índios da etnia Puyanawa, na região do município de Mâncio Lima, interior do estado, resolveram “fechar” a aldeia com correntes
Com o avanço do novo coronavírus no Acre, o medo dos povos indígenas serem infectados cresce a cada instante. Com isso, o Ministério Público Federal (MPF) divulgou uma recomendação com diversas exigências para garantir a proteção dos indígenas.
No Acre, os índios da etnia Puyanawa, na região do município de Mâncio Lima, interior do estado, resolveram “fechar” a aldeia com correntes para evitar a contaminação do povo pelo novo coronavírus.
O estado acreano já tem 45 casos de Covid-19 confirmados. Duas pacientes, uma advogada e uma idosa de 77 anos, estão internada no Pronto-Socorro de Rio Branco tratando a doença.
A Fundação Nacional do Índio (Funai) disse que já tinha se antecipado sobre os cuidados com os indígenas do estado. Todo o trabalho de prevenção é feito por equipes do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) do Alto Juruá. O G1 procurou a coordenação do Dsei e aguarda posicionamento.
No documento, o MPF recomenda que os indígenas entrem no grupo prioritário para receber a vacinação contra a gripe, que começou no último dia 23. A lista de medidas segue com as seguintes determinações:
- fornecimento de produtos de higiene;
- descentralização de recursos e de licitações para a compra de material de combate à doença;
- distribuição de kits de testes para detectar o vírus;
- distribuição de kits de oxigênio e de equipamentos de proteção para os profissionais;
- condições de comunicação e transporte aéreo, terrestre e fluvial de emergência
- manter sempre equipes de saúde nas terras indígenas.
- O órgão federal deu um prazo de cinco dias para que a recomendação seja cumprida pelas instituições responsáveis.
“A situação de especial vulnerabilização social e econômica a que estão submetidos os povos indígenas no país, bem como que as dificuldades logísticas de comunicação e acesso aos territórios agravam o risco de genocídio indígena”, destaca parte do documento.