Documentário conta história de indígena feminina do Acre que formou a própria aldeia

A obra conta a história de Bimi, uma indígena Huni Kuin que teve dificuldades por ser mulher e ter uma personalidade forte. Isso que fez com que ela saísse da aldeia de origem e formasse a própria aldeia

Liderança, confiança e protagonismo feminino. Um documentário acreano conta a história de uma mulher indígena que superou os limites impostos e formou a própria aldeia.

“Bimi Shu Ykaya” foi filmado em 2018 e já percorreu diversos países, como a França e Bélgica. O documentário também já ganhou seis prêmios no Brasil.

A obra conta a história de Bimi, uma indígena Huni Kuin que teve dificuldades por ser mulher e ter uma personalidade forte. Isso que fez com que ela saísse da aldeia de origem e formasse a própria aldeia.

“A Bimi tem uma história incrível, é uma liderança indígena que rompeu com as tradições indígenas. É uma cacica, gosta de ser chamada assim, fundou a própria e tem um protagonismo feminino dentro dos povos indígenas, é uma pajé também”, contou o produtor da obra, Sérgio de Carvalho.

Foto: Divulgação

O documentário mostra que Bimi assumiu o papel de pajé de cura, que detém os saberes do povo da aldeia e dá voz e visibilidade às mulheres indígenas. Segundo Carvalho, a história recebeu muitos elogios dos críticos.

“Quando Isaka, que é neto da Bimi, trouxe o projeto a gente, imediatamente, foi atraído porque é muito bonito e vemos também uma jovem liderança e cineasta indígena com vontade de fazer cinema. E o filme também não é só sobre a Bimi, mas também o sonho de fazer cinema”, destacou o produtor.

Carvalho acrescentou que o neto da indígena também atua, dirige e comenta o processo da produção da obra. Além de Isaka, o documentário é dirigido também por Sim e Yube Huni Kuin, todos netos de Bimi.

“É uma linda homenagem de um neto para uma avó, que é um tema universal também e por isso Bimi tem sido tão bem aceito por onde passa”, revelou.

As gravações do material foram feitas na Terra Indígena Praia do Carapaña, na zona rural de Tarauacá, no interior. Carvalho explicou que a obra foi ganhadora do Fórum Doc, que é festival de documentários, foi exibido no Festival Olhar de Cinema, Festival Tiradentes, Amostra de Filme Livres e outros.

“Acho que foi a junção de muito trabalho que a gente conseguiu chegar nesse resultado. O filme se consagrou em festivais do Brasil e do mundo todo, circulou bastante e foram muitas mãos que ajudam a chegar nesse resultado”, concluiu.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

O interior de Rondônia não valoriza seus museus

Prédios abandonados e fechados à visitação pública.

Leia também

Publicidade