Após indígena sofrer preconceito, MPF pede à Ufac lista de ações contra o racismo e discriminação

Indígena acadêmica de mestrado da Ufac teria sido ofendida e discriminada por outros alunos e funcionário durante 1º Acampamento Terra Livre, em 2019

O Ministério Público Federal (MPF-AC) pediu que a Universidade Federal do Acre (Ufac) encaminhe um documento esclarecendo as ações que tem desenvolvido na instituição de combate ao racismo e discriminação étnico-cultural. O órgão federal abriu um procedimento para apurar se a universidade tem investigado e acompanhado de perto os casos de preconceito.

A investigação começou após o MPF-AC ter acesso a um relatório do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) sobre os casos de racismo e discriminação contra os indígenas. Em um deles, mais recente, o conselho relata o caso de uma aluna indígena de mestrado que foi ofendida e discriminada por funcionários e outros alunos da Ufac durante o 1º Acampamento Terra Livre: Acre, Sul do Amazonas e Noroeste de Rondônia, que ocorreu em abril de 2019.

Foto: Divulgação/Ufac

O encontro foi realizado no auditório do Associação dos Docentes da Ufac (Adufac) e no Centro de Arqueologia e Antropologia Indígena, no campus-sede, e reuniu 16 povos indígenas do Acre. O evento debateu os problemas e dificuldades enfrentadas pelos indígenas na conquista de seus direitos.

Em nota, a Ufac afirmou que recebeu nesta segunda-feira (25) o pedido de informações do MPF e que já começou a apurar a denúncia. A instituição destacou também que tem desenvolvido ações de combate e conscientização contra o racismo e discriminação étinico-cultural.

“Tanto que foi aprovado no Conselho Universitário no dia 22 de novembro de 2018, o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas da Universidade Federal do Acre, o NEABI/UFAC; uma organização acadêmica vinculada aos movimentos negros e indígenas”, afirmou.

A reportagem tentou contato com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria.

Discriminação

Ainda segundo o MPF-AC, no caso específico, a acadêmica foi atacada e ouviu de um dos funcionários da universidade que odiava indígenas. Contudo, o Ministério Público Federal explicou que não há denúncias no órgão sobre essa situação.

O procurador da República Lucas Costa Almeida Dias pediu também que a Ufac esclareça se foi aberto algum procedimento administrativo para apurar a conduta do funcionário. Se sim, que seja encaminhada a documentação para que o MPF verifique.

O órgão vai avaliar ainda se pede a instauração de um inquérito policial federal para investigar o crime. 

*escrito por Aline Nascimento 

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