Plano Dubai, a hora é de ação

O Plano Dubai, anunciado pelo governo Federal, a título de proposta para diversificação da matriz econômica da Zona Franca e região Norte envolve basicamente estímulos a atividades complementares ao Polo Industrial de Manaus (PIM). Abrange agronegócio, turismo, mineração e biotecnologia, de modo a reduzir a dependência do modelo industrial baseado unicamente em incentivos fiscais.  Segundo anúncio da Secretaria de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), a intervenção compreende ações de “suporte para atividades que sejam viáveis daqui a 50 anos, gerem rentabilidade, empregabilidade e inovação tecnológica”.

Em síntese, o Plano foca, hoje, alternativas que devem ir ao encontro da necessidade de diversificação do modelo que deviam ter sido adotadas desde a fase inicial de operações  da ZFM, em 1967. Nestes termos, o Plano deve ser entendido e apoiado. Fora desse contexto, efetivamente a Zona Franca de Manaus, na perspectiva 2073, por defasada tecnológica e economicamente, estará inevitavelmente inviabilizada. O modelo precisa se adequar aos novos tempos advindos da Revolução Industrial 4.0. Pronunciamentos políticos eleitoreiros contrários ao projeto, sem antes estudá-lo e discuti-lo tecnicamente, em nada contribuem. Observe-se, a propósito, que o Conselho Regional de Economia entregou, em dezembro/janeiro a alguns deputados e senadores eleitos ano passado estudos técnicos nessa linha, antecipando-se, com efeito, às proposições de Brasília.  

O governo Federal, convém observar, assume papel que de fato cabe ao governo do Estado, como agente de governança do processo de desenvolvimento ao lado das classes empresariais e representações políticas.  Não há, por conseguinte, como tergiversar ou fazer proselitismo político sobre assunto de tamanha relevância.  O Plano, claramente propõe a adoção de políticas públicas complementares ao estatuto ZFM, única forma de consolidar o modelo, corrigindo desta feita erros cometidos desde sua implantação, como a grosseira omissão tangente ao setor primário, hoje de pouco expressividade econômica no Amazonas. Neste sentido, penso eu, deveria merecer máximo acolhimento e apoio, não críticas e desestímulos apriorísticos e precipitados.

A Universidade do Amazonas, cumprindo seu papel histórico de suporte ao processo de avanço tecnológico, vem se preparando para interagir propositivamente no mundo da Revolução Industrial 4.0.  O reitor Sylvio Puga, acompanhado da diretora Tanara Lauschner, do ICOMP – Instituto de Computação, da UFAM, em reunião da Diretoria da FIEAM, presidida pelo vice-presidente Nelson Azevedo, apresentou as linhas gerais das ações que a Universidade vem segundo.

De acordo com Puga, “para impulsionar a inovação, de modo a permitir aumentar a produtividade e o crescimento econômico do Amazonas e da Zona Franca de Manaus, a UFAM mergulha na “Onda 4.0”  por meio de estruturas voltadas a “smart industries”, parques tecnológicos, programas de capacitação “smart manufacturing” chão de fábrica, programa sustentabilidade 4.0, programa telemedicina via Plataforma 4.0, programa internet para todos.

Nesse sentido, firmou parcerias UFAM-Universidade do Porto Brasil-Portugal por meio do qual serão implantados cursos de Mestrado e Doutorados em Indústria 4.0.

O Acordo prevê novos métodos e técnicas de tomada de decisão; gestão industrial para novos ambientes organizacionais; além de estudos comparativos de medição dos impactos nas organizações. O reitor Sylvio Puga surpreendeu a plateia ao listar uma série de ações e projetos da UFAM desenvolvidos (ou em desenvolvimento) no campus. Dentre muitos outros, cito os projetos Desenvolvimento de Processos Biotecnológicos Utilizando a Biodiversidade Amazônica, Microbiologia Industrial e de Fermentação, de responsabilidade da professora Maria Francisca Simas Teixeira; Padronização de óleos de espécies vegetais da Amazônia através de técnicas cromatográficas, conduzido pela equipe da professora Larissa Silveira Moreira Wiedemann.

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