Professora dá dicas de clássicos da literatura brasileira que podem ser citados no Enem

Para quem está se preparando para as provas do Enem, a professora de Língua Portuguesa e mestre em Estudos Linguísticos da UniNorte, Vera Antunes, dá dicas importantes de clássicos da literatura brasileira que costumam ser explorados no exame.

Segundo ela, a maioria das obras citadas no Enem faz parte do movimento modernista ou pós-modernista. Ela pontua nomes como Machado de Assis, José de Alencar, Clarice Lispector, Guimarães Rosa e Graciliano Ramos, entre os autores costumeiramente cobrados na prova. A professora acrescenta, ainda, Castro Alves, Fernando Pessoa, Álvares de Azevedo, Fernando Sabino, Rubem Braga, João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna, entre outros ícones da literatura brasileira e portuguesa, sempre presentes nas questões do exame.

Foto: Divulgação

As obras literárias, diz ela, são importantes por despertarem o senso crítico dos leitores, cumprindo uma das funções da literatura – a social. De acordo com a professora da UniNorte, ler os clássicos garante qualidade textual ao aluno. “É uma forma do aluno conhecer os autores consagrados, engrandecendo o vocabulário e entendendo um pouco mais sobre o Brasil por meio da literatura, já que muitas obras refletem os problemas sociais, por meio do olhar dos escritores”, destacou. 

Confira a lista, preparada pela professora da UniNorte, dos livros que mais são citados na prova do Enem:

– Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis)

A obra inaugurou o realismo no Brasil e tem início com a declaração da morte de Brás Cubas, cujo narrador e protagonista relata suas memórias depois de ter sido vítima de pneumonia. Pertencente a uma família abastada do século XIX, Brás Cubas narra primeiramente sua morte e enterro, do qual compareceram 11 amigos. Ele discorre sobre vários momentos de sua vida, desde a infância, adolescência e fase adulta.

– Dom Casmurro (Machado de Assis)

Publicado pela primeira vez em 1899, “Dom Casmurro” é uma das grandes obras de Machado de Assis e confirma o olhar certeiro e crítico que o autor estendia sobre toda a sociedade brasileira. A temática do ciúme é abordada com brilhantismo nesse livro e provoca polêmicas em torno do caráter de uma das principais personagens femininas da literatura brasileira: Capitu.

– Iracema (José de Alencar)

O romance de José de Alencar publicado em 1865 retrata a história de Iracema – a índia de lábios de mel, detentora do segredo de Jurema (uma bebida preparada para as festas religiosas) e filha do pajé Araquém, da tribo Tabajara – e Martim – guerreiro branco amigo da tribo inimiga pitiguara. Pertencente ao romantismo brasileiro, a obra se situa em um período indianista, compondo a tríade dos livros de maior exemplo desse período, além de O Guarani e Ubirajara, ambos de José de Alencar.

– O Guarani (José de Alencar)

A história contada por José de Alencar se passa no início do século XVII, na Serra dos Órgãos, interior do Rio de Janeiro, em uma fazenda às margens do rio Paquequer. Narrado em terceira pessoa, o romance é dividido em quatro partes (Os aventureiros, Peri, Os aimorés e A Catástrofe). Profundamente descritivo, o narrador procura mostrar cada detalhe da região, da casa e dos personagens.

– Senhora (José de Alencar)

Publicado pela primeira vez em 1875, o romance “Senhora”, de José de Alencar, pertence à fase do romantismo. O livro é dividido em quatro partes – o preço, quitação, posse e resgate – e tem como tema central o casamento por interesse. A protagonista Aurélia Camargo é filha de uma costureira pobre e deseja se casar com o namorado, Fernando Seixas. O rapaz, porém, a troca por Adelaide Amaral, uma menina rica que proporcionaria a ele um futuro mais promissor. Vale lembrar o contexto histórico brasileiro em que foi publicado o romance: no século XIX.

– A Hora da Estrela (Clarice Lispector)

“A Hora da Estrela” é o último romance da escritora brasileira Clarice Lispector, publicado em 1977. Trata-se de uma obra instigante e original, de cunho autobiográfico, pertencente à Terceira Geração Modernista. É classificada como um romance intimista, também conhecido como romance psicológico, estilo em que a autora se destaca. Afinal, a obra de Clarice é marcada por suas emoções e sentimentos pessoais.

– O Grande Sertão: Veredas (Guimarães Rosa)

“O Grande Sertão: Veredas”, publicado em 1956, é uma das obras mais emblemáticas do escritor brasileiro modernista João Guimarães Rosa e uma das mais importantes da literatura brasileira. Por meio de uma linguagem coloquial, regionalista e original, a história do romance acontece em Goiás e nos Sertões de Minas Gerais e Bahia. A obra retrata as aventuras e peripécias do ex-jagunço Riobaldo e de seu grande amor, Diadorim.

– Vidas Secas (Graciliano Ramos)

“Vidas Secas”, romance publicado em 1938, retrata a vida miserável de uma família de retirantes sertanejos obrigada a se deslocar de tempos em tempos para áreas menos castigadas pela seca. A obra pertence à segunda fase modernista, conhecida como regionalista, e é qualificada como uma das mais bem-sucedidas criações da época.

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