Extrativistas desenvolvem projeto de mapeamento para aumentar produtividade em Rondônia

Extrativistas explicam o projeto de mapeamento para fazer um melhor aproveitamento da área produtiva.

O limite entre a Reserva Extrativista (Resex) estadual e federal do rio Cautário é o próprio rio. De um lado, a reserva estadual e do outro, a reserva federal. Lidiane França, chefe da Resex Federal do Rio Cautário e servidora do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), explica que, ao todo, as duas unidades de conservação protegem cerca de 220 mil hectares de floresta.


“As duas unidades de conservação protegem um território de cerca de 220 mil hectares de conservação. A reserva estadual tem cerca 146 mil hectares e a federal tem cerca 75 mil hectares”, explicou.
Extrativismo da borracha na Resex rio Cautário — Foto: Armando Júnior

A chefe da reserva federal explica que, além da gestão de territórios e proteção dos recursos naturais, o ICMBio leva órgãos e entidades parceiras para atuar junto aos comunitários e fortalecer as cadeias produtivas.

“Uma das instituições, por exemplo, é o Pacto das Águas, que atua junto aos extrativistas na questão de capacitação, de fornecimento de insumos e até mesmo fazendo mapeamento”, explicou. 

 Rotina dos guardiões

Valter Silva Costa e Everaldo Silva Costa levantam de madrugada para deixar os equipamentos prontos para o trabalho. Valter, de 31 anos, conta que, começou a extrair seringa quando ainda era criança.

“Eu comecei com uns 10 anos na ajuda do cultivo da seringa, sempre acompanhando meus pais. Pra gente que mora aqui na reserva e que trabalha de extrativista, é essencial esse começo com os pais porque é um aprendizado que fica pro futuro”, revelou.

Everaldo relembra que, além da borracha, “castanha, sangue de dragão, óleo de copaíba, açaí” também são coletados na floresta. 

Telinha para proteger o látex na Resex rio Cautário — Foto: Armando Júnior

 Mapeamento

O mapeamento das áreas é um dos trabalhos desenvolvidos pela Associação Pacto das Águas. Sávio Gomes, vice-presidente da organização, explicou que, o projeto de mapeamento é para fazer com que os extrativistas façam um melhor aproveitamento da área produtiva.

“Muitas vezes o seringueiro está acostumado a seguir numa trilha, mas ele não olha para o lado e não vê que ali do lado tem outras árvores que ele pode aumentar essa produção. Então nosso projeto vem justamente para olhar se ele está fazendo um bom aproveitamento da área produtiva dele”, explicou.

Leo Marques da Silva Costa, auxiliar técnico em mapeamento, revelou que, mais de 200 seringueiras já foram encontradas durante o mapeamento das áreas da região.

“A gente vai a campo junto com o morador e lá, a gente faz a rota né e a identificação de ponto das árvores. [No] primeiro levantamento que nós fizemos, identificamos duas áreas, dois seringais chamados por aqui assim, e a gente reconheceu 230 seringueiras”, revelou.

Depois de 30 minutos de caminhada, a equipe de reportagem da Rede Amazônica chegou até uma árvore que está dentro das novas normas técnicas de planejamento. Nela, uma tela foi fixada para que folhas e as cascas da árvore não caiam sobre o látex.

“Essa estrada aqui é uma estrada piloto e a gente tá com projeto de melhoramento do nosso produto. Então essa é uma estrada que a gente tá começando um projeto bacana, [colocar tela em árvores], porque sem essas telas cai muita impureza. E a indústria quer? Não quer! Como que ela prefere agora esse produto? É um produto mais de qualidade. Se cair a casca no nosso produto, fica bem abaixo”, explicou. 

Por Carolina Brazil e Armando Júnior, Rede Amazônica

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