Indústria de bicicletas aposta em crescimento neste ano, em Manaus

MANAUS – Ainda aguardando pelos resultados concretos da última reunião entre Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), ocorrida no dia 28 de janeiro, a indústria de bicicletas do Polo Industrial de Manaus (PIM), principal polo de produção de bicicletas fora do Sudeste Asiático, espera o Carnaval passar para enfim iniciar o ano. Fabricantes já pensam em estratégias próprias e em como estas podem se aliar às determinadas entre as lideranças.Para o gerente da unidade Manaus da Sense Bike, Joel Silva, as próximas semanas darão o start na indústria de bicicletas do Amazonas. “Como é sabido, o ano só começa após o Carnaval. Como em 2016 as festas serão em fevereiro, o ano começa antes e os lucros também são antecipados. O mercado tende a ser puxado pela necessidade de mais mobilidade e qualidade de vida, aí reside nossa força e perspectivas”, conta Joel Silva que lembra os investimentos da fábrica de matriz mineira em Manaus.“O grupo chegou a Manaus em julho de 2014 e investiu R$ 35 milhões em sua planta amazonense. Para entrar no PIM trouxemos o que há de mais moderno e mais maquinário ainda está chegando, para nos nivelarmos com o que se produz na Europa e EUA”, assegura Silva.
Foto: Walter Mendes/ Jornal do Commercio
Inflação e dólar alto A oscilação cambial e a inflação causaram grande impacto na estrutura de custo de todo o segmento, impactando no volume de vendas, o que surpreendeu a Sense, que em Manaus tem 50 funcionários e capacidade de produção de 400 mil bicicletas elétricas e convencionais por ano. “O dólar em seus patamares mais altos vai nos fazer pensar em outras estratégias.
Um exemplo de mudança de atitude será um foco maior no mercado nacional. O uso de alguns componentes importados e que usam o dólar como base para seus preços também impactou negativamente as linhas de produção”, disse Silva.O impacto negativo causado pelo atual momento macroeconômico e a oscilação cambial parecem ser os fatores que mais pedem cautela na hora de fazer funcionar as linhas de produção, conta Silva. “A Suframa tem acompanhado de muito perto, com atenção e boas intenções, a produção das bicicletas elétricas no Amazonas pela visibilidade que a categoria vem tendo, mas vemos a crise como algo geral e toda a indústria deve trabalhar conjuntamente”, afirma. Além da Sense, a indústria de bicicletas no PIM, ainda tem o reforço da Prince, Houston e Ox Bike, além da tradicional Caloi. A Ox Bike, presente no PIM desde o início da década, representa a confiança no segmento. Em 2014 a fábrica teve seu controle adquirido pelo grupo Isapa, do empresário Isacco Douek, recebendo investimento adicional de R$ 5 milhões, para a produção de 240 mil bicicletas por ano.
A reuniãoO encontro entre Suframa e Abraciclo serviu para a exposição de resultados e evolução do segmento nos últimos 10 anos e para a definição de estratégias que garantam a competitividade de componentistas e fabricantes de bens finais. Um dos pontos abordados foram os benefícios dos entrepostos em outras regiões do País, segundo presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian. “O desenvolvimento dos entrepostos é algo que pode beneficiar as empresas do setor, em especial no que tange ao atendimento ao consumidor final”, disse.Durante a reunião, ficou acertado que a Abraciclo apresentará à Suframa, no mês de abril, uma pauta mais abrangente, elaborada com maior participação de suas indústrias associadas, para que o segmento de Duas Rodas possa voltar a apresentar índices positivos de produção, geração de empregos e faturamento, com reflexos positivos para a economia brasileira.
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