Deliciosas tardes de domingo


Imagem: Reprodução/Mazé Diz Tudo

O convite, quase uma intimação, vem na bucha: “Vai ser dia de comer charuto!” A resposta é rápida: “Eu vou!” Minha prima Ana Maria Mourão Carvalho e Figueiredo, filha da minha querida tia Genoveva e tio José, talvez ainda não se deu conta, mas ela é a matriarca da primalhada toda. Os almoços árabes, ou não, e na sequência, as tardes de domingo na sua varanda, além de serem deliciosos, sinto como uma volta ao túnel do tempo de criança, ali na rua Quintino Bocaiuva, onde os encontros dominicais em família eram sagrados!

No almoço, mesmo chegando de surpresa, a comida daria para abastecer um banquete! Inúmeros charutos de repolho e couve, praticamente todos do mesmo tamanho se juntam aos maxixes, berinjelas e abobrinhas recheadas fazem com que qualquer ser humano fitness abandone imediatamente essa mania de não comer coisa boa! Junte-se a essa receita árabe uma salada de folhas e verduras com um molho de azeite que acende o paladar do mais empedernido crítico gastronômico! Além de travessas com bifes acebolados e costelinhas suínas. De comer rezando! Dos Deuses.

No serviço culinário a querida tia Fátima. Esta sente verdadeiro prazer em dizer que aprendeu ‘tudinho’ com a dona Genó, enquanto as primas Sonia e Sofia Nasser lembram as receitas da saudosa tia Neném. A Dorinha Mourão relembra uma galinha assada, recheada com arroz de miúdos, cujo aroma tomava conta da rua Costa Azevedo! Mesa posta, a dona da casa supervisiona as iguarias e manda todos se servirem à vontade!


Imagem: Reprodução/Mazé Diz Tudo

Depois de todos, sem exceção, todos repetirem diversas vezes, chega a hora da sobremesa e dos primos e o tio José montarem a mesa de jogo. Nós, as mulheres, continuamos à mesa do almoço colocando o papo em dia. De vez em quando Paulo Carvalho ou o Humberto Figueiredo grita: “Mas vocês falam!” E a nossa resposta é quase em coro: “Prestem atenção no jogo!” As gargalhadas são em tempo real com as recordações, as lembranças, os apartes políticos, a situação financeira do País. Enfim, se duvidar, saberemos como resolver a crise brasileira de uma só garfada no delicioso bolo servido com café, aí já é a hora da merenda!

Quando ontem, saí da residência da Aninha, me veio à mente uma música do rei Roberto Carlos que cantarolei, até a minha casa, colocando a letra da maneira (eu posso!) que aquele momento merecia: “Deliciosas tardes de domingo, tantas alegrias, novos tempos, belos dias! Hoje meu domingo foi de doces recordações, de alegria e de emoções! Novos tempos, belo dia”! Até.

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