Mais que um lugar bonito, uma RPPN

Marcya Lira convida o engenheiro ambiental Jean Dinelly, do Instituto Soka, para aprofundar o entendimento sobre a vocação de uma Reserva Particular do Patrimônio Natural.

Sabe aquele lugar lindo, com cachoeiras, pássaros, nascentes e belezas naturais que enchem nossos olhos? Certamente você já deve ter conhecido algum lugar assim e sem dúvidas, ao conhecer, você se encanta e reacende o desejo de visitar novamente.

Recentemente fui a um local destes e fiquei pensando sobre quanta degradação o homem traz ao meio ambiente por falta de conhecimento e sensibilidade. Mas existem empresas e iniciativas que decidem proteger áreas verdes e torná-las um local onde há muitas oportunidades de pesquisas, práticas de preservação e educação ambiental. São as chamadas RPPN’s (Reserva Particular do Patrimônio Natural).

Uma das que conheço, e você também deve conhecer, fica no município de Presidente Figueiredo, no Amazonas, a RPPN Cachoeira da Onça, que compreende uma das mais de 1.700 Reservas Particulares no Brasil.

E para aprofundarmos nosso entendimento sobre a vocação de uma RPPN, convidei para colaborar nesta coluna comigo, o engenheiro ambiental Jean Dinelly do Instituto Soka, que também possui uma RPPN, chamada de Daisaku Ikeda e que fica no município de Manaus. Acompanhe:

Foto: Divulgação/Instituto Soka

RPPNs – movimento voluntário e crescente de conservação da natureza

Existe um movimento social, voluntário e crescente que a cada ano vem ampliando as áreas de conservação da natureza. Estamos falando do movimento de criação de reservas particulares ou, melhor dizendo, Reservas Particulares do Patrimônio Natural – RPPN´S, como são conhecidas.

As RPPN´S foram instituídas na década de 90 e passaram a ser consideradas de uso sustentável em 2000, quando incorporadas ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Esse formato de unidade de conservação se distingue das demais unidades, por serem criadas de forma espontânea por seus proprietários, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas. 

812 mil hectares

As RPPN`S formam hoje o maior movimento civil em prol da conservação da natureza, somando, segundo dados da Confederação Nacional das RPPN`S cerca de 812.027 hectares, protegidas por seus proprietários e mantenedores. Atualmente há 1.748 RPPN´S em todos os biomas do Brasil, proporcionando a conservação da biodiversidade (fonte: CNRPPN).

Foto: Divulgação/Instituto Soka

Nós do Instituto Soka Amazônia, temos a grata missão de gerir uma dessas unidades de conservação no Amazonas, a RPPN Dr. Daisaku Ikeda, uma unidade com 52 hectares que leva o nome do fundador da Organização. A RPPN Dr. Daisaku Ikeda está situada na zona leste de Manaus com vista para o magnifico Encontro das Águas do Rio Negro e Solimões. Nosso trabalho consiste em promover o acesso de alunos, acadêmicos e pesquisadores à rica diversidade de fauna, flora e sítios arqueológico e histórico.

Aproximação com outras organizações 

Esse trabalho consistente teve como ponto de partida seu plano de manejo, aprovado em 2017 pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, e também permitiu que nos aproximássemos de outras instituições que promovem a conservação da natureza e que atuam no mesmo segmento socioambiental. Fruto desses riquíssimos encontros, hoje o Instituto Soka e a Fundação Rede Amazônica, promovem ações socioambientais e de conservação na Amazônia através de suas unidades de defesa do meio ambiente.

Foto: Divulgação/Instituto Soka

De um lado o Instituto Soka, com a RPPN Dr. Daisaku Ikeda (Manaus/Am) e de outro o Grupo Rede Amazônica com a RPPN Cachoeira da Onça (Presidente Figueiredo/Am). A história de nossas RPPN´S se confundem pela trajetória de seus fundadores, Dr. Daisaku Ikeda e Dr. Phelippe Daou. Suas ações em prol da conservação têm impactado inúmeras pessoas em nossa região. As duas instituições promovem juntas a conservação de mais de 119 hectares no Bioma Amazônico.

A parceria avançou bastante e nos próximos anos irá beneficiar milhares de pessoas nos dois municípios onde as unidades de conservação se encontram. Acreditamos que as atividades serão realizadas influenciarão positivamente pessoas e instituições para aumentar ainda mais as áreas de conservação, constituindo novas RPPN´S e indo além, dando a essas áreas o sentido real da conservação, permitindo o acesso responsável que a educação ambiental e pesquisa podem oferecer.

*Por Jean Dinelly Leão, engenheiro ambiental e gestor da Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) Dr. Daisaku Ikeda, do Instituto Soka Amazônia

Sobre a autora

Marcya Lira é diretora na Fundação Rede Amazônica (FRAM) e pedagoga. Atua com o tema da Sustentabilidade desde 2014 e atualmente relaciona-se com empresas e organizações que prezam pelas boas práticas em consonância com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), além de gerir temas mais amplos como educação e inovação.

*O conteúdo é de responsabilidade da colunista

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