A leitura na escola

Os objetivos principais do ensino da língua portuguesa na educação básica são: ler, escrever, ouvir e falar.

Ler não é somente ser capaz de decifrar as letras do alfabeto e símbolos gráficos. Ler vai muito além disso, é ser capaz de compreender o que um texto traz, retirar dele o que interessa para nossa vida cotidiana, interagir com ele, ser capaz de interferir criticamente nele e na realidade a partir dele, enfim, é fazer uso pleno do texto como parte da sua vida social e de uma sociedade essencialmente letrada.

A escola precisa deixar de se preocupar apenas em alfabetizar e achar que isso é suficiente para o indivíduo se tornar um cidadão e conviver em sociedade. Faz-se necessário um processo mais intenso e amplo de interação com os textos, tanto orais quanto escritos.

Foto: Reprodução/Unsplash

Hoje, observamos que os alunos avançam nas séries escolares sem ter desenvolvido a competência leitora na sua totalidade. Por isso não desenvolvem a habilidade de ler o mundo de forma crítica, nem de ler um texto e, principalmente, não conseguem estabelecer uma relação inteligente entre o mundo e os textos lidos. Permanecem com a visão de mundo do senso comum.

Para que os alunos aprendem a ler verdadeiramente, é necessário que se divida melhor o tempo das aulas de língua portuguesa entre o ensino da gramática normativa e a leitura. É importante que se exercite, na escola, a leitura profunda, crítica, produtiva e prazerosa sem a obrigação de o aluno realizar um exercício, após a leitura, tendo que preencher fichas sem sentido, fazer um resumo ou fazer uma interpretação do texto com perguntas óbvias e descontextualizadas. O texto deixou de ser um texto e virou um pretexto. Essa triste situação que vemos nas escolas brasileiras precisa ser mudada com urgência.

Com essa prática reprodutora, a escola tem deixado de cumprir seu papel social de formar pessoas críticas, de formar leitores, tem deixado de formar pessoas que saibam se comunicar de forma eficiente, e que sejam cientes de seu real papel enquanto cidadãos desse mundo.

A escola deve ser uma grande incentivadora da leitura. 

Sobre a autora

Ana Cecília Marques é Pedagoga, Mestra em Educação (Universidade Federal do Amazonas) e Neuropsicopedagoga (Faculdade Martha Falcão). Atua como Docente no Ensino Superior e Consultora Educacional.

*O conteúdo é de responsabilidade da colunista

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Publicidade

Mais acessadas:

Fitoterapia brasileira perde a botânica e farmacêutica Terezinha Rêgo

Reconhecida internacionalmente, a pesquisadora desenvolveu projetos como a horta medicinal que beneficiou centenas de famílias periféricas no Maranhão e revelou revolta em caso que envolvia plantas amazônicas.
Publicidade

Leia também

Publicidade