Ondas foram avistadas no rio Cassiporé, entre os municípios de Calçoene e Oiapoque, no norte do Estado.
Após 24 horas de viagem de barco, sete surfistas da Associação Brasileira de Surf na Pororoca encontraram novas ondas entre os municípios de Calçoene e Oiapoque, no interior do Amapá.
Para chegar até o local o caminho foi longo. Foram 26 horas viajando de navio entre Belém e Macapá, depois uma viagem de cerca de 600 quilômetros de carro até uma vila em Oiapoque, por fim, 24 horas de barco até achar as ondas.
Noélio Sobrinho foi um dos responsáveis pelo encontro e durante a excursão o esportista quebrou o pé, mas nem isso fez com que ele perdesse a animação. “São só lembranças boas desse dia, pra onde eu for a pororoca vai comigo”, brincou.
O fenômeno natural que acontece a partir do encontro das águas de rios da Amazônia com o Oceano Atlântico além de uma oportunidade para os apreciadores da modalidade é um atrativo turístico para a Amazônia amapaense.
“É um espaço de turismo e aventura. Estamos falando de ecoturismo e turismo rural no Estado. Além de tudo, a localização dessa pororoca é riquíssima, próximo à Guiana Francesa”,
destacou o guia turístico, Marcelo de Sá.
O turismo na Amazônia é um dos temas do projeto Amazônia Que eu Quero, que busca debater as principais temáticas da Amazônia. Segundo a coordenadora Débora Holanda, o tema será uma oportunidade para entender mais sobre os impactos do turismo nos mais diversos âmbitos da sociedade.
“Nesta nova temporada, nosso objetivo é mostrar, por meio de entrevistas, reportagens, produção de conteúdos especiais, canvas de políticas públicas e painel que além do turismo ser um importante transformador de economias e sociedades, ele também contribui para a inclusão social, valorização cultural, geração de oportunidades, emprego e renda na região Amazônica”, afirmou a jornalista. Durante os dois primeiros painéis a discussão foi sobre educação e conectividade.
A pororoca
A pororoca é uma corrente oceânica que entra em embate com a corrente amazônica e no momento que essa pressão ocorre, conjuntamente com as luas novas e cheias, a corrente avança uma sob a outra.
O encontro de águas, do rio Araguari com o Oceano Atlântico, foi afetado e, desde 2013, a pororoca não mais acontece. Segundo o ICMBio, a atividade pecuária, principalmente a criação de búfalos, criou valas e canais que drenam o curso d’água.
*Por Mariana Ferreira, do g1 Amapá