A universitária Rebeca Nunes de Melo é apaixonada pela cultura coreana e viu no impacto global da ‘Onda Coreana’ uma oportunidade para explorar o desenvolvimento turístico.
Mais de 16 mil quilômetros separam as cidades de Manaus, no Amazonas, e Seoul, na Coreia do Sul. Além da distância, os costumes e até mesmo o clima faz a região amazônica divergir da metade sul da Península da Coreia. Porém, muitos amazonenses são apaixonados pela cultura coreana e, apesar das diferenças, costumam submergir no universo da Coreia do Sul.
Na capital amazonense, a egressa do curso de Turismo da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Rebeca Nunes de Melo, resolveu levar a sua paixão pelo país distante para a bancada do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Ela defendeu o artigo ‘Onda Hallyu: a influência da onda coreana e seu impacto global’.
A escolha do curso e do TCC
“Eu sempre fui apaixonada por culturas e idiomas. Entretanto, eu nunca quis estudar só os idiomas, queria aprender tudo o que abrange a construção de um país. Graças ao conselho da Giuliana Beatrice, que me falava sobre o curso e compartilhava comigo o mesmo amor por cultura de outros países, eu pude tomar uma decisão e ingressar na UEA (no curso de turismo)”,
contou.
Onda Hallyu
Internet
Como falado no início, mais de 16 mil quilômetros separam a Coreia do Sul da Amazônia, ou seja, os impactos da Onda Hallyu deveriam ser mínimos, não é? Errado. De acordo com Rebeca, a cultura coreana está ganhando força em terras amazônidas.
“Quem é visto, sempre será lembrado. Ou seja, a Coreia está espalhando a sua cultura para o mundo. Graças ao fenômeno de grupos como o BTS e Black Pink, as pessoas estão tendo contato com a Coreia do Sul. Atualmente, as novelas coreanas ganharam dublagem em português. Isso só prova a força desta onda coreana”, reforça.
No Amazonas, os eventos voltados para o K-Pop são crescentes. Rebeca acredita que a internet facilita esse contato, principalmente, quando se trata de adquirir produtos da Coreia. “Hoje com um clique a gente pode ter acesso a um álbum ou dorama. Algumas pessoas compram produtos da própria Coreia. Sem dúvidas, a internet é uma grande aliada da Onda Hallyu”, explicou a universitária.
Onda Hallyu funcionaria na Amazônia?
Para Rebeca, o mundo também precisa conhecer a cultura da Amazônia, que é rica em todas suas áreas:
“O mundo aprenderia e conheceria a miscigenação de povos que temos aqui. Nossa gastronomia, por exemplo, tem um potencial altíssimo por ser autêntica. Com o investimento correto em infraestrutura e transporte, poderíamos colher os frutos que uma aplicação do ‘soft power’ causaria na Amazônia”,
analisou a jovem.
Porém, para aplicar o modelo da onda coreana na Amazônia “é preciso ter cuidado para não se perder”, alerta Rebeca, principalmente em relação à identidade que faz a região única.
“A tentativa de modernizar algo tão tradicional e com tanto significado nem sempre é bem-sucedida e pode causar a perda de identidade. Contudo, é algo que podemos combater com a difusão de informação correta e é somente com o conhecimento que podemos combater a ignorância e xenofobia”, finalizou Rebeca.