O marabaixo, manifestação cultural do Amapá, poderá ser reconhecido como patrimônio cultural brasileiro, importante certificação dada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
No dia 8 de novembro, uma quinta-feira, terá uma reunião do conselho consultivo do Iphan, em Belém (PA), e o órgão decide se vai inscrever ou não o marabaixo no livro de registros das formas de expressão, que o reconhece como Patrimônio Cultural do Brasil.
O título reconhece a presença das ancestralidades africanas na formação social e cultural do Amapá e da Amazônia. Além disso, pode assegurar condições de transmissão e reprodução dessa manifestação cultural.
Marabaixo
O marabaixo é uma expressão cultural de devoção e resistência das comunidades negras do estado. A origem do nome diz respeito ao trânsito de escravos em navios negreiros da África ao Brasil, vindo “mar abaixo”, no século 18. A dança, arrastando os pés, representa os escravos com pés acorrentados. Atualmente a dança é em círculos, ao toque das caixas que dão ritmo e melodia.
As festividades que marcam a manifestação cultural são o ciclo do marabaixo, que homenageia a Santíssima Trindade e o Divino Espírito Santo – que ocorre entre as festas da Semana Santa e de Corpus Christi, da igreja católica -, e a Semana da Consciência Negra. Nas comunidades rurais, o marabaixo aparece em festejos de santos e padroeiros.
Em Macapá, por exemplo, os grupos de marabaixo se reúnem nos bairros Favela, atual Santa Rita, e Laguinho.
No Marabaixo, além de ouvir o toque das caixas, a leveza das dançadeiras e a beleza das cores das roupas, o visitante pode experimentar o tradicional caldo (cozidão) e a gengibirra, batida de gengibre servida durante as apresentações.
*com informações da Rede Amazônica