De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Mato Grosso (Abrasel), são 20 mil CNPJs entre bares, restaurantes, cafeterias, boates afetados no Estado, totalizando 80 mil empregos
Estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontam que o setor do turismo nacional teve perda de mais de R$ 16 bilhões durante a pandemia. Para que a retomada seja feita de forma segura e concreta, é preciso estratégia e inovação. Afetados dura e diretamente, os empresários e profissionais do turismo buscam alternativas para manter os colaboradores dentro da formalidade.
Para auxiliar neste período, o Governo Federal editou a Medida Provisória 936 que, entre outras coisas, permite que a empresa possa suspender temporariamente o contrato de trabalho ou fazer cortes na jornada e no salário dos funcionários sem demitir. Foi para discutir estes temas e o momento que empresários e colaboradores estão vivendo é que o Governo do Estado realizou nesta quinta-feira (31) mais uma live voltada para o setor do turismo dentro do projeto MT Unido para Superar.
De acordo com a professora mestre da Unioeste, no Paraná, Aline Henz, o turismo contava antes da pandemia com uma projeção positiva que representava 10% do Produto Interno Bruto Mundial (PIB), enquanto o setor de viagens de turismo havia crescido 3,5%, gerando US$ 330 milhões em termos globais. “O Brasil estava trabalhando na busca de melhorias e investimentos para o setor. Mas a queda foi expressiva”, afirmou.
A juíza do Trabalho, Dayna Lannes Andrade, informou que os empresários ainda podem usar a MP, agora convertida em Lei 14.020/2020. “Temos pela frente decretada a calamidade pública até dezembro e nesse período é possível e recomendado acordar diretamente com o empregador. Cálculos precisam ser feitos, mas há uma facilitação da negociação das empresas de pequeno porte”, explicou.
“As empresas de pequeno porte, além de terem o benefício da MP podem acessar linhas de crédito do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) até agosto”, avisou Cláudia Aquino, advogada e presidente da Sociedade Kuiabana dos Amigos do Turismo (Skat).
Os bares e restaurantes também foram impactados com a pandemia e estão fortemente relacionados ao turismo. De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Mato Grosso (Abrasel), são 20 mil CNPJs entre bares, restaurantes, cafeterias, boates afetados no Estado, totalizando 80 mil empregos. Somente em Cuiabá, são mais de seis mil CNPJs e 24 mil empregos neste setor.
Para a presidente da Abrasel, Lorena Bezerra, as linhas de crédito são extremamente necessárias para manter o funcionamento das empresas. ‘Tudo tem sido muito lento, mas antes de tudo a preocupação é readaptar e receber os clientes com segurança para que eles sintam que estão consumindo em locais seguros. Temos o nosso selo ”Restaurante Responsável” seguido à risca por todos que fazem parte da Associação. Os empresários têm se esforçado para manter o funcionamento e o empregado ativo e buscando inovação”, informou.
As lives ocorrerão às terças e quintas-feiras, às 16h30. Nesta edição, houve a participação da professora do curso de Turismo da Unemat, Rita Garcia, e Rejane Pasquali, empresária e especialista em Turismo. Os eventos online são organizados pelo Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria Adjunta de Turismo, com o apoio da Unemat.