Estudo aponta benefícios gerados pelo turismo comunitário no Amazonas

Pesquisa avaliou o desempenho do modelo de turismo em comunidade indígena no Amazonas

O estudo Turismo em territórios indígenas: desenvolvimento e impacto sociocultural na Comunidade Indígena Nova Esperança “Pisasú Sarusawa”, desenvolvido na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da Universidade de São Paulo (USP), apontou que o desenvolvimento de um novo tipo de turismo, numa comunidade indígena da Amazônia, trouxe diversos benefícios, como a maior participação da população nos processos de organização e desenvolvimento além do fortalecimento da economia local.

Foto: Divulgação

Sobre essa experiência, a mestra em Turismo e doutoranda em Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades na USP, Ana Rosa Proença, que é também produtora da pesquisa, amazonense e consultora de Turismo no Instituto Vivejar, afirmou que o turismo comunitário é um tipo de desenvolvimento e direção do turismo, onde as comunidades são protagonistas nas atividades, participando desde o planejamento, construção de roteiros, determinação de atrativos, tempo estabelecido para visitação, etc.

“Dentre os benefícios que a gente vê, tem muito um fortalecimento da organização da comunidade para esse e outros trabalhos que existem na comunidade. É tudo muito resolvido, por exemplo, por assembléia comunitária. A gente vê uma organização de grupos de trabalho e benefícios econômicos realmente acontecendo”, conta a especialista.

Ana explica que antes da efetivação do turismo comunitário, as comunidades recebiam o turismo exploratório, trabalhado com empresas que desenvolviam o turismo predatório. Desde a migração para o novo modelo de desenvolvimento, foi solicitado pela comunidade lugar de participação, a fim de terem seus trabalhos reconhecidos e valorizados. Dessa forma, o trabalho agregou ao sentimento de orgulho sentido pelos indígenas, por receberem pessoas de diversas regiões, apresentando-as suas culturas, hábitos alimentares e o dia a dia da comunidade.

Os visitantes podem, por exemplo, se hospedar para viver a experiência durante 4 dias nas casas indígenas, em contato com a família e as pessoas da comunidade, baseando-se em um roteiro que se vincula à rotina da comunidade. Algumas das atividades são colher mandioca, produzir farinha, participar do momento da culinária, fazer visitas pelas localidades da comunidade, como as escolas e bibliotecas, e oportunidade de interagir com a comunidade.

“Eu acredito que o turismo comunitário em territórios indígenas proporciona principalmente essa quebra de estereótipos, que muitas vezes as pessoas têm sobre os povos indígenas, e as vezes, não entendem quem são esses povos indígenas hoje em dia e ainda tem aquela imagem dos livros de história. Então esse tipo de turismo proporciona esses encontros reais e essas trocas entre as pessoas”, afirma Proença. 

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