A Defesa Civil diz que não há medição no Rio Croa, mas que as águas baixaram
Dentro de Cruzeiro do Sul, o Rio Croa também registrou aumento no nível das águas nos últimos dias. Sem régua, a Defesa Civil diz que não há como medir o nível do rio, que é ponto turístico da região, mas confirmou que as águas têm baixado e que as famílias estão recebendo sacolões e água potável.
A comunidade tem pouco mais de 50 famílias e é conhecida por ser um lugar preservado e chama atenção, principalmente, pelo seu tapete verde – união de plantas aquáticas que cria uma espécie de tapete sobre as águas.
Reginaldo Costa, mais conhecido como Dedé, é um dos representantes da comunidade e diz que a cheia piorou ainda mais a situação das famílias que vivem exclusivamente do turismo.
Isso porque, devido à pandemia, as visitas no local já estavam suspensas e agora, com a cheia, a situação se agrava ainda mais, segundo ele.
“Ninguém precisou ir para abrigo da prefeitura porque aqui a gente se ajudou. Tinha algumas casas desocupadas que cedemos para os atingidos ficarem até as águas baixarem. Estamos recebendo apoio, mas tudo do turismo está parado. Estamos com meses sem ganhar nada com as visitas”, destaca.
Rio Juruá
O Rio Juruá, em Cruzeiro do Sul, marcou na tarde desta quinta-feira (25) 13,78 metros – 78 centímetros acima da cota de transbordo que é de 13 metros. José Lima disse que alguns desalojados começaram a voltar para casa, mas as família que precisaram do abrigo ainda continuam no mesmo local.
A Defesa Civil calcula 33 mil pessoas afetadas com a cheia do Juruá em Cruzeiro do Sul. Segundo os dados, são 8.250 famílias atingidas, sendo que 3.952 estão desalojadas e 259 desabrigadas.
Calamidade pública
O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) reconheceu na segunda-feira (22), em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), estado de calamidade pública em 10 cidades do Acre atingidas por inundações causadas pela cheia dos rios no estado.
Os municípios de Rio Branco, Sena Madureira, Santa Rosa do Purus, Feijó, Tarauacá, Jordão, Cruzeiro do Sul, Porto Walter, Mâncio Lima e Rodrigues Alves enfrentam dificuldades com parte da população desabrigada (encaminhada para abrigos) e desalojada (levada para casa de parentes).
O governador do Acre, Gladson Cameli, havia decretado calamidade em uma edição extra do Diário Oficial do estado (DOE) também nesta segunda. Pelo menos em oito dessas cidades atingidas os rios estão com vazante (diminuição no nível das águas) e com estabilidade. Mesmo assim, a cheia é considerada histórica e atinge cerca de 118 mil moradores do estado acreano.
Escrita por Tácita Muniz