Em 2024, que pergunta você tentará responder?

O anseio por ser bem sucedido, acompanhado pela ansiedade líquida do agora, detém o aprimoramento individual e a perpetuidade de uma sociedade desprovida de vitalidade e essência.

Estamos a alguns dias de concluir o ano de 2023, um período caracterizado por uma trajetória repleta de desafios que não apenas puseram à prova nossa resiliência e capacidade de adaptação, mas também revelaram nossa notável habilidade em superar obstáculos. Parabenizo, sinceramente, cada um por ter alcançado este momento!


Num contexto onde a sociedade está saturada de informações dispensáveis e escassas são as verdadeiramente essenciais, alcançar clareza é o ponto de partida para descartar o que carece de importância e que são vitais para o nosso aperfeiçoamento humano.

Dessa forma, nesta última coluna do ano, gostaria de abordar um tema que pouco abordei esse ano, mas que convido você, prezado leitor, a contemplar e a refletir: qual o verdadeiro sentido de conduzir uma vida genuinamente significativa?

Reprodução | Pexels

A vida cotidiana, seja pessoal seja profissional, engloba um entrelaçar complexo e dinâmico de objetivos e preocupações individuais que refletem a diversidade de experiências humanas.

Em diversos momentos ressaltei os desafios da Sociedade 5.0 – que representa uma integração mais profunda entre o mundo físico e o digital, e, consequentemente, a importância da resiliência para enfrentarmos um mundo repleto de incertezas que demandam por inovações, novos negócios, ações e projetos de sustentabilidade etc.

Considerando que, ao longo dos últimos anos, experimentamos uma “gourmetização” exacerbada da vida nas redes sociais: a família perfeita, a carreira profissional dos sonhos, riqueza, fama, poder etc: que respostas e transformações você estará buscando para sua jornada em 2024?

São diversos os influenciadores e os especialistas de plantão que adjetivaram substantivos, prometendo atalhos para vida e a carreira dos sonhos. E, lamentavelmente, um quantitativo inumerável de pessoas se deixou iludir pelos ruídos, envaidecendo-se por questões menores, pelo simples fato de estarem mais preocupados em parecer do que ser.

Nunca foi tão importante ter coragem para estabelecer parâmetros verdadeiros e genuínos para desfrutar e vivenciar uma vida que realmente importa. Contudo, isso exige que cada um crie condições de pesar bem as opções e tomar decisões difíceis que fogem aos atalhos dos gurus, pelo simples fato de sermos indivíduos únicos. Sendo assim, a busca do sucesso pelo sucesso pode se transformar em um catalisador para o fracasso.

O famoso filósofo, escritor, fotógrafo, poeta e líder budista japonês, Daisaku Ikeda, que faleceu no último dia 15 de novembro declarou que: 

“Seja como for a grandiosa Revolução Humana de uma única pessoa, irá um dia impulsionar a mudança total do destino de um país, e além disso, será capaz de transformar o destino de toda a humanidade”.

O anseio por ser bem sucedido, acompanhado pela ansiedade líquida do agora, detém o aprimoramento individual e a perpetuidade de uma sociedade desprovida de vitalidade e essência. Ter a coragem de viver uma vida significativa é identificar ao final de cada dia: que diferença você fez no mundo.

O mundo ficou melhor por você existir? Você foi capaz de influenciar positivamente mesmo que uma única pessoa? Olhando para o próximo ano: você acha que consegue mudar alguma coisa e se importa com ela o suficiente para tentar? Se você puder ser verdadeiramente excelente em algo que eliminasse um problema no mundo, na sua cidade, no seu bairro ou na sua vida em 2024, qual seria ela? 

Em outras palavras, nenhuma quantidade de riqueza material, de poder ou influência constitui o verdadeiro tesouro de uma vida genuinamente significativa. Não são as coisas materiais, mas sim os indivíduos talentosos e capazes que são os verdadeiros tesouros da sociedade. Lembre-se, somos todos interdependentes e a transformação inicia com você também.

A ativista e líder indiana Ela Bhatt que possuía um olhar visionário sobre a sociedade e foi ganhadora de diversos prêmios no mundo sempre enalteceu o poder da simplicidade. Ela dizia:

“Entre todas as virtudes, a simplicidade é minha virtude favorita. Tanto é assim que eu tendo a acreditar que a simplicidade pode resolver a maioria dos problemas, tanto pessoais quanto os problemas mundiais. Se a abordagem da vida é simples, não é necessário mentir com tanta frequência, nem brigar, nem roubar, nem invejar, nem ficar com raiva, abusar ou matar. Todos terão o suficiente, e mais do que suficiente, então não há necessidade de acumular, especular, apostar ou odiar. Quando o caráter é belo, você é belo. Essa é a beleza da simplicidade”.


Que em 2024, você, estimado leitor possa ser realmente livre para estabelecer os próprios limites, libertando-se dos ruídos para viver de forma genuinamente significativa, contribuindo para a edificação de uma sociedade mais humana e justa. Porque quanto mais o tempo passa, o custo da inação se torna significativamente maior do que o custo da ação.

Um Próspero Ano Novo repleto de felicidades, saúde e paz!

Vitor Raposo é Humanista e Empreendedor. Fundador da Hayashi Consultoria, Sócio-Diretor da TravelCorp e da Sala VIP Harmony Lounge.

Atua como empreendedor, mentor e consultor. Foi gestor de grandes organizações no Brasil e no exterior. Articulista sobre Sociedade 5.0, Novos Negócios, Revolução Humana Individual, Sustentabilidade e ESG no Portal Amazônia. Idealizador e apresentador do Ser Humano Podcast, um programa sobre a essência das pessoas de valor e o impacto de ser genuíno.

Idealizador e realizador do Amazonia Forest Summit – fórum para debater as oportunidades para a Amazônia com diversidade e um olhar para o futuro da região com foco na inovação, na sustentabilidade, nos recursos humanos, no ESG, nos negócios, na tecnologia e nas tendências.

Doutor em Administração e Mestre em Ciências da Educação para a Sociedade 5.0 pela Facultad Interamericana de Ciências Sociales – FICS; Foresight Practitioner; Especialista em Sustentabilidade pelo MIT; em Inovação e Negócios pela Nova Business School, em Gerenciamento de Projetos pela FGV e em Gestão Estratégica de Negócios pela UCB.

Paralelamente, atua como voluntário e Presidente no Capítulo Amazônia do Project Management Institute (PMI-AM), foi por 14 anos como Diretor de Programas e Projetos Ambientais do Instituto Soka Amazonia. Recentemente, foi indicado e conduzido à função de Presidente do Conselho Fiscal da Fundação Opção Verde.

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