Surto de dengue em Boca do Acre: notificações da doença aumentaram 181% em setembro

Em setembro desse ano, o número saltou para 124, conforme consta no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde.

Uma equipe técnica da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) acompanha, nesta quarta-feira (21), ação de controle da dengue em Boca do Acre (a 1.028 quilômetros a sudoeste de Manaus), devido a surto da doença no município, com aumento de 181%, nas notificações na comparação entre os meses de agosto e de setembro.

Aedes Aegypti. (Foto:Divulgação/Embrapa)

Levantamento do Departamento de Vigilância Ambiental (DVA/FVS-AM) aponta que, em agosto, foram 44 casos notificados de dengue em Boca do Acre. Já em setembro, esse número saltou para 124, conforme consta no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde.

O aumento foi registrado nos últimos dois meses. Já na comparação entre 2020 e 2019, há baixa oscilação dos dados de notificação de dengue no município. Consta no Sinan que foram 232 casos da doença de janeiro a setembro de este ano, e 228 no mesmo período do ano passado. No último Levantamento rápido de índices para Aedes aegypti (LIRAa), realizado este ano, Boca do Acre foi classificado como “médio risco”, sendo os criadouros predominantes localizados em lixo.

De acordo com a diretora-presidente da FVS-AM, Rosemary Costa Pinto, a equipe vai apoiar as ações de controle de focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, realizadas pela Secretaria Municipal de Saúde de Boca do Acre. “A FVS constatou a necessidade de atualização técnica para o uso do novo inseticida, denominado Cielo, de forma correta para controle da população de Aedes aegypti”, afirmou.

Segundo Rosemary, o suporte ao município inclui investigação dos casos, capacitação de funcionários municipais em educação em saúde e suporte a visitas domiciliares para o controle vetorial”, afirmou.

A coordenadora da Gerência de Doenças de Transmissão Vetorial – Dengue do DVA/FVS-AM, Luzia Mustafá, disse que a equipe técnica vai acompanhar as equipes nas ações de controle vetorial e realizar parceria com a secretaria de limpeza pública da cidade.

“Vamos identificar as áreas mais críticas para desenvolver ação de tratamento focal com borrifação de inseticida, para que seja controlada a doença no município”, detalhou.

Cenário –

Conforme dados do Sinan, foram notificados, até a primeira quinzena de outubro, 8.258 casos de dengue no Amazonas. Os municípios do estado que mais apresentaram notificações por dengue são Manaus (1.831 notificações); Guajará (1.040); São Gabriel da Cachoeira (883); Benjamin Constant (656) e Humaitá (582).

Mosquito

O Aedes aegypti é um mosquito doméstico que vive dentro de casa e perto do homem, e também transmite zika e chikungunya. O mosquito se alimenta de sangue humano, principalmente ao amanhecer e ao entardecer.

A reprodução da espécie ocorre em água limpa e parada, a partir da postura de ovos pelas fêmeas, que são colocados e distribuídos por diversos criadouros. O mosquito leva de sete a 10 dias para chegar à fase adulta.

Boca do Acre. (Foto:Divulgação/PC-AM)

Sintomas –

Os principais sintomas da dengue são febre, dores nas articulações, vômito, manchas vermelhas no corpo, sangramento e dor abdominal. Diante desses sintomas, a recomendação é buscar atendimento médico no serviço de saúde de sua cidade.

Prevenção –

Como prevenção às doenças transmitidas pelo mosquito, basta investigar os locais com água parada. O ideal é que seja realizada essa varredura uma vez por semana, levando apenas 10 minutos.

Portanto, recomenda-se tampar tonéis e caixas d’água; manter calhas sempre limpas; deixar garrafas sempre viradas com a boca para baixo; manter lixeiras bem tampadas; deixar ralos limpos e com aplicação de tela; realizar limpeza semanalmente ou preencher pratos de vasos de plantas com areia; limpar com escova ou bucha os potes de água para animais; e retirar água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa.

Referência –

A FVS-AM é responsável pela Vigilância em Saúde do Amazonas, incluindo o monitoramento de indicadores de doenças, como a dengue, por meio da Gerência de Doenças de Transmissão Vetorial – Dengue, inserido no Departamento de Vigilância Ambiental (DVA/FVS-AM). A instituição funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na avenida Torquato Tapajós, 4.010, Colônia Santo Antônio, em Manaus. Os números para contato são (92) 3182-8550 e 3182-8551.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

PrevisIA: inteligência artificial aponta 6,5 mil km² com risco de desmatamento na Amazônia em 2025

Mapa mostra as áreas sob risco alto, muito alto, moderado, baixo e muito baixo de desmatamento conforme a PrevisIA...

Leia também

Publicidade