Projeto “SUS na Floresta” apresenta melhorias no atendimento de saúde dos povos indígenas e ribeirinhos

Além do R$ 1 bilhão doado pelo Itaú Unibanco, o Todos pela Saúde já recebeu mais R$ 238 milhões de pessoas e empresas

A crise causada pela pandemia do novo coronavírus expôs as dificuldades que indígenas e ribeirinhos têm ao acessar o sistema público de saúde. Com o rápido avanço do número de casos da doença pelo interior do Amazonas, garantir medicamentos, equipamentos médicos, materiais de higiene e outros itens, além dos serviços básicos para essa população, gerou um grande desafio. Pensando nessa realidade, a Fundação Amazonas Sustentável (FAS), por meio do Todos pela Saúde, iniciativa lançada pelo Itaú Unibanco para enfrentar a Covid-19 e seus efeitos sobre a sociedade brasileira, está articulando a criação do projeto “SUS na Floresta” com o objetivo de repensar o modelo de atenção básica de saúde na Amazônia.

“É uma iniciativa para analisar, debater e propor ajustes no Sistema Único de Saúde (SUS) para melhor adequá-lo à realidade da Amazônia profunda. Queremos fortalecer e aprimorar o SUS para o contexto específico das comunidades e aldeias amazônicas”, explica o superintendente geral da FAS, Virgilio Viana.

O projeto surgiu dentro da Aliança de Povos Indígenas e Populações Tradicionais e Organizações Parceiras do Amazonas para o Enfrentamento do novo coronavírus, iniciativa coordenada pela FAS em conjunto com 89 instituições e prefeituras para combater a pandemia no interior do Estado. Foi a partir do trabalho feito pela Aliança em comunidades remotas que se constatou a necessidade de ajustar o SUS à realidade amazônica.

“A principal característica da região é o isolamento e, disso, decorrem as dificuldades de transporte, logística e comunicação. As comunidades mais distantes com as quais a FAS trabalha ficam a mais de 15 dias de viagem de barco de Manaus”, afirma o superintendente.

“Este é mais um importante auxílio do Todos pela Saúde à sociedade. Desta vez, especificamente aos povos indígenas e ribeirinhos da Amazônia. A região foi bastante afetada pela pandemia e entendemos como prioritário o aporte para benefícios de infraestrutura e de saúde”, afirma Luciana Nicola, superintendente de Relações Institucionais, Sustentabilidade e Empreendedorismo do Itaú Unibanco.

Eixos

De acordo com o analista técnico do Comitê de Planejamento da Aliança Covid Amazonas, Luiz Castro, o “SUS na Floresta” atuará em quatro eixos: diagnóstico e atenção básica na saúde em comunidades e aldeias; transporte de emergência para hospitais estaduais; tratamento nos municípios no interior; e retomada pós-calamidade Covid-19.

Cada eixo se desdobrará em quatro componentes fundamentais: instalação dos polos de telemedicina e formação de agentes de saúde; transporte de emergência de comunidades a hospitais estaduais; melhorias e aquisições de equipamentos para hospitais municipais; e proposição de políticas públicas de saúde.

O projeto envolve diversas fases e a primeira é uma análise científica e avaliação participativa do sistema de saúde voltada para as populações indígenas e ribeirinhas. É uma fase diagnóstica, onde vamos trabalhar com profissionais de saúde que têm experiência na área da saúde pública na Amazônia, secretarias de saúde municipais, Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), conselhos municipais, associações e técnicos que atuam nessas áreas remotas. Esse trabalho será um diagnóstico de problemas, dificuldades, necessidades e possibilidades para avançar, e remodelar o sistema onde for necessário. A primeira fase será de implementação, com duração de aproximadamente três meses”, adianta Castro. O ‘SUS na Floresta’ já se encontra em fase de pré-diagnóstico, garante o analista técnico.

Atuação

Para estruturar a atuação do “SUS na Floresta”, a FAS abordará sua experiência e o trabalho que realiza há mais de 12 anos em sete Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) e 581 comunidades do interior. “A FAS está agindo como uma articuladora e propulsora desse debate, e encaminhamento para um modelo aperfeiçoado de atendimento à saúde dos povos indígenas e populações tradicionais. Nossa expectativa é a melhoria da qualidade do sistema de saúde para o usuário do SUS no interior”, diz Luiz Castro.

Entre as atividades previstas dentro do “SUS na Floresta”, destaque para a formação de agentes de saúde e outros profissionais; instalação de pontos de internet em comunidades; aquisição e reforma de ambulanchas; combustível para transporte emergencial; adequação das alas hospitalares para pacientes indígenas; aquisição de equipamentos hospitalares; melhoria das políticas públicas de atenção básica em saúde para comunidades remotas; e adaptação e fortalecimento do SUS para a realidade das comunidades remotas.

Doações

Além do R$ 1 bilhão doado pelo Itaú Unibanco, o Todos pela Saúde já recebeu mais R$ 238 milhões de pessoas e empresas. As orientações sobre o movimento e como contribuir estão em todospelasaude.org.

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