A Fundação Hemopa já forneceu plasma para pacientes de vários hospitais do Pará e também enviou para São Paulo.
Entre os recuperados está Anderson Freire Silva, 38 anos, que chegou ao Hospital de Campanha de Belém, instalado no Hangar – Centro de Convenções, transferido do Hospital de Pacajá, município do sudeste paraense, no dia 15 de julho. Ele apresentava os sintomas comuns de contaminação pelo novo coronavírus: febre, tosse, mal-estar e dificuldade de respirar. Um dos pulmões já estava bastante comprometido, e como Anderson é de grupo de risco – obeso e hipertenso -, foi colocado imediatamente em oxigênio por cateter nasal.
A equipe médica, coordenada pelo intensivista Lucas Rodrigo Oliveira Viana, decidiu administrar a transfusão de plasma de convalescente como terapia alternativa contra a Covid-19, disponibilizado pela Fundação Hemopa aos pacientes internados na rede hospitalar do Estado. O resultado foi considerado surpreendente.
“Após 48 horas da transfusão do plasma, já conseguimos observar uma melhora clínica significativa no Anderson, saindo do estado de Unidade de Terapia Intensiva para enfermaria, sem a necessidade de depender de oxigênio. Além disso, outros pacientes já apresentaram melhora após receber o plasma, em relação ao padrão da lesão pulmonar em 50%”, destacou o coordenador do Hospital de Campanha no Hangar, médico Tardelio Mesquita.
“Eu não queria receber o plasma. Eu estava com medo. Mas a equipe médica conversou e me explicou os benefícios. E graças a Deus hoje estou aqui, bem de saúde”, contou Anderson, que já voltou para Pacajá, onde mora com a família.
Diretamente envolvido na pesquisa, desde a fase de elaboração do projeto até a distribuição do plasma para a rede hospitalar, o presidente da Fundação Hemopa, Paulo Bezerra, se empenhou com a Diretoria Técnica e equipe de pesquisadores, para utilizar o plasma em pacientes com Covid-19. “É uma vitória da vida, celebrada pela busca de conhecimento e compromisso com a saúde pública de nosso Estado”, ressaltou.
Além do Hospital de Campanha de Belém, o plasma também já foi utilizado nos hospitais da Santa Casa de Misericórdia, João de Barros Barreto, Ophir Loyola, Abelardo Santos, Materno Infantil de Barcarena, regionais de Santarém e Marabá e Hospital do Coração, e também foi enviado para São Paulo.
“A partir da observação dos pacientes que receberam o plasma de convalescente podemos dizer que eles apresentaram melhora no quadro clínico e laboratorial. E também observamos que, quanto mais cedo fizermos o uso da transfusão de plasma nos pacientes, enquanto estão em fase de cascata inflamatória, a possibilidade de melhora aumenta”, destacou a médica.