Pesquisadores descobrem moléculas antivirais contra a COVID-19

O estudo pode favorecer o desenvolvimento de novos compostos, principalmente contra a síndrome respiratória aguda grave. 

Foto: Freepik

 A doença coronavírus 2019 ( COVID-19) causada pela síndrome respiratória aguda grave coronavírus 2 ( SARS-CoV-2), tem recebido atenção global devido à grave ameaça que representa para a saúde pública. Desde o surto em dezembro de 2019, milhões de pessoas foram afetadas e sua rápida disseminação global levou a um aumento na busca por tratamento.

Pesquisadores da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), Universidade Federal do Pará (PPGQM3/UFPA), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Universidade de São Paulo (campus Ribeirão Preto), além de colaboradores estrangeiros da Espanha (Universidade de Granada) e do Quênia (Universidade de Embu), todos vinculados ao grupo de pesquisa Química Computacional Aplicada, cadastrado no Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), publicaram o artigo intitulado “Natural Products-Based Drug Design against SARS-CoV-2 Mpro 3CLpro” no prestigiado International Journal of Molecular Sciences (Factor de Impacto 5.923 e classificação WebQualis A).

Na pesquisa foi utilizada uma nova quimioteca de produtos naturais extraídos da biodiversidade do semiárido do nordeste brasileiro. O objetivo do projeto foi identificar compostos de origem natural no combate ao SARS-CoV-2, empregando técnicas de bioinformática, uma área que está ascendente na região norte e nordeste do Brasil, e especialmente no estado do Amapá.

Segundo os autores principais, Rai Campos (USP RP/PPGQM3-UFPA), Samuel Pita (UFBA), Humberto Freitas (PPGFAR-UFBA) e Cleydson Breno Santos (UNIFAP), os melhores complexos do SARS-CoV-2 Mpro (ligantes + receptores) revelaram o acesso a outros sub-sítios enzimáticos, confirmando que esta abordagem apresenta um protocolo de partida adequado para priorização de potenciais ligantes, além de fornecer novas análises da capacidade de realizar ligações hidrogênio que poderiam favorecer o desenvolvimento de antivirais principalmente contra SARS-CoV-2. Neste estudo, 10 moléculas foram selecionadas e poderão ser testadas in vitro em resposta a COVID-19, sendo duas indicadas pelo maior potencial de interação com o SARS-CoV-2 Mpro. Os testes biológicos confirmarão se os achados in silico avançarão para a solicitação de patente de produto.

“Esperamos que nossos resultados possam auxiliar no desenvolvimento de fármacos contra a SARS-CoV-2 e aumentar nosso conhecimento sobre as terapias experimentais contra a COVID-19 e com isso superar essa pandemia”, ressalta o pesquisador Breno Santos (UNIFAP). A pró-reitora de pesquisa e pós-graduação da UNIFAP, Profa. Dra. Amanda Fecury, diz que as publicações em revistas científicas auxiliam na divulgação do conhecimento e são produtos do trabalho de diversos pesquisadores de uma instituição ou de instruções parceiras. As revistas científicas podem ou não ter Qualis.

O estudo enfatiza que a aplicação sequencial de métodos in silico (análise ADMET, bem como docking e dinâmica molecular) são ferramentas valiosas para a busca do espaço químico e seleção das melhores estruturas de ligantes que poderiam ser empregadas em testes experimentais, minimizando os custos de testar muitos compostos.  

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