Desde a abertura, já foram registrados 30 atendimentos. A unidade atende pacientes obstétricas graves, tanto no período pré, como intra e pós-parto, com doenças próprias da gravidez ou nela intercorrentes, requerendo internação em regime de cuidados intensivos, com estrutura de ponta. A modernização da maternidade tem permitido melhor performance aos profissionais de saúde e ainda mais segurança às parturientes.
De acordo com médico intensivista Manoel Benício, a Unidade de Terapia Intensiva Materna marca uma nova era de cuidado e proteção às mães maranhenses: “Esse investimento é uma atitude para aplaudir de pé. Porque o que estamos acostumados a ver: toda atenção é dedicada ao feto, ao bebê. Mas a mãe precisa da mesma e, em alguns casos, de mais atenção até. E depois de dar a luz esse cuidado tem que continuar. Um lugar onde a mãe recebe todo o cuidado necessário”.
A enfermeira Ivonete Silva Nogueira ressalta que o fluxo do trabalho das equipes melhorou com o novo sistema. “Antes era uma correria quando tinha um caso grave, uma corrida contra o tempo para conseguir um leito, para realizar a transferência e manter aquela mãe viva. Hoje, é só encaminhar para a Unidade de Terapia materna, onde a gente já tem a tranquilidade de que ela tem todos os parâmetros necessários para aquela paciente”, afirmou.
O corpo clínico da UTI Materna é formado por plantonistas, especialistas em terapia intensiva, e ginecologistas obstetras. Uma equipe de enfermagem especializada em Tratamento Intensivo e médicos das especialidades de cardiologia, anestesiologia, neurologia, infectologia, fisioterapia respiratória, psicologia, entre outros, também atuam na unidade.
“Para nós, como profissionais, é muito bom trabalhar em uma estrutura como essa, porque a gente vai acumular uma experiência, um conhecimento muito grande, justamente por conta desse ineditismo: é uma das poucas estruturas do país voltada somente para mãe. Poucos profissionais no país trabalham nesta área”, afirmou o médico Manoel Benício.
“A Unidade funciona com equipamentos novos e, ainda, com novos serviços considerados essenciais para o fortalecimento da área materno-infantil. Com o investimento do governador Flávio Dino, os equipamentos vão facilitar o diagnóstico médico e o acompanhamento do paciente”, frisou o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula.
A Unidade de Terapia Intensiva Materna da Marly atende pacientes integradas ao Sistema de Regulação de Leitos Obstétricos da Secretaria de Estado da Saúde (SES), que assegura a transferência das gestações de alto risco para o Hospital e Maternidade Marly Sarney, unidade de referência.
Atenção integral
A técnica de enfermagem Maria do Nascimento Góes, que compõe a equipe de profissionais da UTI Materna, destaca o quão importante é a Maternidade Marly Sarney dispor desta estrutura: “Só a gente sabe o sofrimento que era – não só para elas, mas para nós, profissionais também, porque somos humanos e nos envolvemos – para transferir uma paciente em caso grave. Agora essa realidade mudou, elas têm essa assistência aqui. E mais que isso, elas têm o cuidado e o amor que cada um desses profissionais que atuam nessa seção de Terapia Intensiva tem pela profissão e por cuidar das vidas dessas pacientes”.
Durante o feriado da Semana Santa, Elielma Viana da Silva e a mãe Antônia Viana viveram um grande susto, quando a filha entrou em trabalho de parto na cidade de Zé Doca e apresentou complicações em decorrência da pressão alterada. “Na situação em que ela chegou, eu desesperada como estava, vendo minha filha convulsionando e preocupada com os dois, porque não sabia o que estava acontecendo com minha neta. Quando a gente chegou, apesar do susto, eu fiquei logo mais tranquila, porque vi que minha filha estava recebendo a atenção que precisava”, comentou a avó da pequena Sofia Vitória.
As duas encontraram na Maternidade o suporte para a recuperação de Elielma e da bebê, que nasceu pouco antes da mãe entrar no oitavo mês de gestação. “Eu, particularmente, achei que o atendimento foi muito bom. A atenção que deram pra ela. O cuidado que tiveram para manter tanto minha filha quanto minha neta bem. É tudo o que a gente precisa em um momento difícil como o que a gente teve quando chegou”, contou a mãe de Elielma, que ainda se recupera em um dos leitos da maternidade. “Agora estamos só esperando ela melhorar mais, a bebê também receber alta, porque ela ainda está em acompanhamento por ter nascido antes da hora. Se Deus quiser, vamos voltar pra casa, com as duas bem”, completou Antônia.