Manaus tem risco médio de infestação para doença transmitidas pelo Aedes aegypti

Manaus continua com risco médio de infestação para as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti (dengue, zika vírus e febre chikungunya). De acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (3) pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), o diagnóstico da Infestação de Aedes aegypti, realizado na capital amazonense no período de 23 de janeiro a 10 de fevereiro, registrou um índice de infestação de 2,6.

Médio risco compreende valores entre 1,0 e 3,9 (Foto:Reprodução/Fio Cruz)

O médio risco compreende valores entre 1,0 e 3,9. No ano passado, o índice de infestação nesse mesmo período do ano foi de 1,8. De acordo com o secretário municipal de Saúde, Homero de Miranda Leão, o resultado do levantamento realizado neste ano sofreu influência significativa das características ambientais e pluviométricas.

“O ano de 2016 apresentou uma situação atípica relacionada às chuvas, que foram menos intensas para o período, enquanto em 2017 o acúmulo mensal de chuvas tem sido bem acima da média prevista. E a maior quantidade de chuvas tem impacto direto no aumento de possíveis focos do mosquito”, afirma Homero.

A realização do levantamento é uma das estratégias da Prefeitura de Manaus para combater o mosquito Aedes aegypti, tendo o objetivo de levantar informações sobre o índice de infestação em cada localidade da capital.

“Com essas informações é possível identificar pontos críticos e elaborar estratégias mais eficientes para o combate ao mosquito. Mas é importante lembrar que esse é um trabalho que precisa ter o envolvimento de toda a sociedade. A população precisa fazer a sua parte, vistoriando de forma frequente os próprios domicílios, evitando as condições para a reprodução do mosquito”, alerta o secretário.

Para o combate ao mosquito, a Semsa mobilizou 300 profissionais para a realização do diagnóstico. O grupo visitou 29.808 imóveis, buscando identificar focos do mosquito em forma de larvas, eliminando e tratando possíveis criadouros.

Depósitos

O diagnóstico realizado pela Semsa também levantou o tipo de depósitos que mais contribuem para a proliferação do mosquito Aedes aegypti em Manaus. De acordo com o resultado, 35,2% dos depósitos são: recipientes de armazenamento de água para consumo em nível de solo, como tambores, tonéis ou camburões.

No levantamento do mesmo período em 2016, esse valor era de 41,2%. A diretora do Departamento de Vigilância Ambiental e Epidemiológica da Semsa, Adriana Lopes Elias, avalia que a redução pode ser creditada às ações de intensificação e combate ao vetor, com estratégias complementares de controle por meio da utilização do larvicida Espinosade e proteção desses depósitos com distribuição e implantação de capas protetoras nos reservatórios de água.

Já os depósitos que incluem lixo, recipientes, garrafas, latas, ferro velho, representaram 31,1% dos criadouros detectados no município de Manaus. Em 2016 esse valor era de 28,2%. “Essa situação aponta a necessidade de uma somatória de esforços, envolvendo outras secretarias municipais para que o combate ao mosquito ocorra de maneira mais efetiva”, ressalta Adriana Elias.

Áreas prioritárias

Para operacionalizar as ações de controle e combate ao Aedes, foram agregadas aos resultados do diagnóstico informações sobre a ocorrência das doenças transmitidas pelo mosquito. A composição das informações permitiu a definição das áreas prioritárias para o planejamento e a intensificação das ações de combate ao Aedes na capital.

Os técnicos da Semsa elaboraram um Mapa de Vulnerabilidade que abrange os 63 bairros oficiais, apontando 21 localidades prioritárias e classificadas em Alta Vulnerabilidade: Alvorada, Redenção, Compensa, Nova Esperança, Tarumã, Planalto, Lírio do Vale, São Jorge, Bairro da Paz, Santo António e Dom Pedro (zona Oeste); Flores, Parque 10, Aleixo e Raiz (zona Sul); Colônia Terra Nova, Cidade Nova, Santa Etelvina (zona Norte); e São José Operário, Jorge Teixeira e Tancredo Neves (zona Leste).

As ações de combate ao mosquito serão intensificadas durante o mês de março, focando inicialmente as áreas consideradas prioritárias. Serão realizadas visitas domiciliares por agentes de endemias para ações de Educação em Saúde, eliminação de focos do mosquito, controle vetorial e o fortalecimento da estratégia ‘10 Minutos contra o Aedes’, orientando a população de que são necessários apenas 10 minutos por semana para fazer uma checagem rápida no imóvel para verificar a existência de criadouros do mosquito.

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