Em Manaus, primeira paciente da Ala Indígena do Hospital Nilton Lins recebe alta

Apolonia Zapata, indígena venezuelana da etnia Warao, deixou o hospital após sete dias de internação.

A primeira paciente internada na ala indígena do Hospital de Combate à Covid-19 da Nilton Lins teve alta nesta terça-feira (02/06). Apolonia Zapata, indígena venezuelana da etnia Warao, deixou o hospital após sete dias de internação na ala indígena, inaugurada no último dia 26 de maio pelo governador Wilson Lima e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

Apolonia Zapata, indígena venezuelana da etnia Warao, deixou o hospital após sete dias de internação. (Foto:Michel Mello/Secom-AM)

Recuperada e fora do período de transmissão do vírus, a indígena contou que está em Manaus há um ano e tem quatro filhos, sendo um deles um bebê de dois meses. “Estou feliz por sair, estou com muita saudade dos meus filhos”, afirmou Apolonia.

A assistente social do hospital, tenente Marla Cristina Santos, destacou o atendimento humanizado e os cuidados com o tratamento aos indígenas no hospital, que conta com equipe multiprofissional e inclui todo um trabalho social antes da alta hospitalar.

“Tínhamos que entender a dinâmica social, se o abrigo que ela estava oferecia condições mínimas de moradia para poder realizar a alta. A gente tinha que ter a certeza que ela iria para um lugar para dar continuidade ao tratamento”, explicou.

A ala indígena tem 33 leitos clínicos e 20 de alta complexidade. Nesta terça-feira, três indígenas estão internados em enfermaria e quatro em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Os profissionais que atuam na ala receberam capacitação para realizarem assistência humanizada. Na equipe, há inclusive três médicos indígenas.

Entre os diferenciais do espaço estão a observação de hábitos alimentares, viabilização de protocolos clínicos e o compartilhamento de diagnósticos e condutas de saúde, respeitando as etnias e o quadro clínico de cada paciente.

Para proporcionar uma melhor adaptação dos indígenas ao tratamento hospitalar, o local conta com espaço destinado a um pajé, o que garante aos pacientes, além dos protocolos médicos convencionais, a possibilidade de acompanhamento tradicional, conforme cada cultura. As enfermarias, além de cama, contam com redes para preservar hábitos.

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