Doenças contraídas pelas águas reduzem, mas continuam sendo um risco na cheia, diz FVS

A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) informa que, durante o período das cheias dos rios do Estado, aumentam os riscos de a população contrair algumas doenças de veiculação hídrica.

Os números mostram queda no número dessas doenças no primeiro semestre no Amazonas, ainda assim o órgão de vigilância afirma que a prevenção reduz os riscos para a população.

Até junho deste ano, foram confirmados sete casos de hepatite A no Estado. O número é 73% abaixo dos 26 casos registrados no mesmo período no ano passado.

A leptospirose, outra doença de veiculação hídrica também apresentou queda. Foram registrados 57 casos confirmados da doença em 2018. Na comparação dos primeiros cinco meses de 2018 aos de 2019, houve uma redução de 48% nos casos confirmados.

Foto:Divulgação/FVS

A maioria dos registros de pacientes com leptospirose foi em Manaus com 11 casos nos primeiros cinco meses de 2019.

Já a diarreia, que também costuma aumentar na cheia, cresceu 4% no primeiro semestre desse ano, se comparado ao mesmo período do ano passado. Foram e 108.616 notificações no primeiro semestre deste ano, contra 104.011 no ano passado.

Os casos de diarreia são monitorados pela FVS-AM com o objetivo de identificar possíveis surtos, quando os números ultrapassam a normalidade.

A principal ação de prevenção de saúde para combater essas doenças, segundo a diretora presidente da FVS-AM, Rosemary Costa Pinto, é a distribuição de hipoclorito para secretarias municipais de saúde.

“Até o início do mês de julho, a FVS-AM já distribuiu 1.284.000 frascos aos municípios, além de contar com estoque estratégico para atender, de forma imediata, situações emergenciais”, acrescentou.

Rosemary acrescenta que as secretarias municipais de saúde distribuem de forma gratuita o hipoclorito para população que não recebe água tratada.

“É um importante aliado para o tratamento da água com a finalidade de evitar o adoecimento por doenças de veiculação hídrica”, disse Rosemary.

Acidentes por peçonhentos

Para o diretor técnico da FVS-AM, Cristiano Fernandes, a subida do nível das águas dos rios com as enchentes também favorece o risco de acidentes por animais peçonhentos.

“Com o aumento das águas, os animais são desalojados dos abrigos naturais e buscam refúgios próximos ou mesmo nas residências e com esta proximidade com as habitações aumenta o risco de acidentes, pois muitos animais se abrigam nos quintais, dentro das casas entre as roupas, sapatos, mantimentos etc.”, alertou Fernandes.

O número de acidentes por esses animais chegaram a 1.536, no período de janeiro a junho deste ano, no Amazonas. Quando comparado com os primeiros seis meses do ano passado, a quantidade apresenta redução de 5%. Foram 1.617 casos entre janeiro e junho de 2018. Os registros de acidentes por animais peçonhentos incluem casos envolvendo serpentes (cobras), aranhas, escorpiões, lagartas e abelhas.

Foto:Reprodução/Rede Amazônica

Ação

A FVS-AM realiza, também, monitoramento e fiscalizações como a que aconteceu, este ano, durante o 54º Festival Folclórico de Parintins, e reitera que não foi identificado surto de diarreia por contaminação por água no município.

O monitoramento, em parceria com equipe do Ministério da Saúde e da Secretaria Municipal de Saúde de Parintins, iniciou na quinta-feira (27/06), durante a Festa dos Visitantes, e encerrou no domingo (30/06), após o terceiro dia de apresentação dos bois Garantido e Caprichoso.

Conforme o Boletim Final do Monitoramento de Ação de Saúde do 54º Festival Folclórico de Parintins, na área de Vigilância Sanitária, foram realizadas 189 inspeções sanitárias, 81 inspeções sanitárias e ambiental em embarcações, 580 abordagens a vendedores ambulantes no entorno do Centro Cultural de Parintins (Bumbódromo), 726 cadastramentos de interesse sanitário e apreensão de 1.345 quilos de produtos impróprios para consumo.

Situação de emergência

Conforme levantamento da Defesa Civil do Amazonas, os seguintes municípios estão em situação de emergência ou em fase de decretação: Calha do Alto Solimões: Tabatinga, Benjamin Constant e Atalaia do Norte; Calha do Médio Solimões: Tefé, Jutaí, Uarini, Fonte Boa, Coari e Maraã; Calha do Baixo Solimões: Anori, Anamã, Iranduba, Caapiranga, Manaquiri, Careiro da Várzea Careiro Castanho e Manacapuru; Calha do Baixo Amazonas: Parintins, Nhamundá, Barreirinha e Boa Vista do Ramos; e, Calha do Purus: Beruri.

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