O Ministério da Saúde promove neste sábado (18) o Dia D de mobilização para a Campanha Nacional de Vacinação contra a poliomielite e contra o sarampo. O objetivo da campanha, que acontece desde o dia 6 de agosto e vai até o dia 31, é manter elevada cobertura vacinal contra essas doenças nos municípios. Mais de 36 mil postos estarão abertos.
A pasta teme uma possível reintrodução do vírus selvagem da poliomielite, bem como vacinar os menores de cinco anos de idade contra o sarampo e a rubéola, para manter o estado de eliminação dessas doenças. O foco da campanha são crianças de um ano até quatro anos 11 meses e 29 dias.
Até está terça-feira (14), 3,6 milhões de doses das vacinas contra a pólio e sarampo foram aplicadas em crianças de todo o país. Foram 1,808 milhão de crianças vacinadas contra a pólio e 1,801 milhão contra o sarampo. O quantitativo corresponde a cerca de 16,13% do público-alvo para a pólio e 16,07% para o sarampo. Na Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Sarampo, o Ministério da Saúde convoca mais de 11 milhões de crianças de um a menores de cinco anos devem ser vacinadas.
Para a poliomielite, as crianças que não tomaram nenhuma dose durante a vida, receberão a Vacina Inativada Poliomielite (VIP). Já os menores de cinco anos que já tiverem tomado uma ou mais doses da vacina, receberão a Vacina Oral Poliomielite (VOP), a gotinha. Em relação ao sarampo, todas as crianças receberão uma dose da vacina Tríplice viral, independente da situação vacinal, desde que não tenham sido vacinadas nos últimos trinta dias.
“Desta forma, criamos uma imunidade de grupo. Rapidamente teremos a oportunidade de garantir que, mesmo que os vírus da pólio e sarampo entrem no país, não encontrem uma fonte de infecção”, explica a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues. Ela também ressalta que é uma oportunidade de corrigir falhas vacinais. “As crianças, por terem o sistema imunológico mais frágil, podem não responder imunologicamente à vacina”, esclarece a coordenadora.
Cobertura vacinal
Entre os estados com melhor cobertura vacinal neste momento estão: Rondônia, com 45,01% para a pólio e 43,84% para o sarampo, seguido por São Paulo com 28,35% pólio e 27,91% sarampo. Entre as coberturas mais baixam, destacam-se: Amazonas, com 3,23% do público-alvo vacinado para pólio e 3,24% para sarampo e Roraima, que tem 4,98% pólio e 3,60% sarampo.
Casos de sarampo
O Ministério da Saúde atualizou, nesta terça-feira (14), as informações repassadas pelas secretarias estaduais de saúde sobre a situação do sarampo no país. Atualmente, o país enfrenta dois surtos de sarampo, em Roraima e Amazonas. Até o dia 14 de agosto, foram confirmados 910 casos de sarampo no Amazonas, 5.630 permanecem em investigação. Já o estado de Roraima confirmou 296 casos da doença e 101 continuam em investigação. Entre os confirmados, 17 casos foram atendidos no Brasil e recebendo tratamento, mas residem na Venezuela.
Os surtos estão relacionados à importação, já que o genótipo do vírus (D8) que está circulando no país é o mesmo que circula na Venezuela, país que enfrenta um surto da doença desde 2017. Alguns casos isolados e relacionados à importação foram identificados nos estados de São Paulo (1), Rio de Janeiro (14); Rio Grande do Sul (13); Rondônia (1) e Pará (2).
Até o momento, no Brasil, foram confirmados seis óbitos por sarampo, sendo quatro óbitos no estado de Roraima (três em estrangeiros e um em brasileiro) e dois óbitos no estado do Amazonas (brasileiros).