Cinco pacientes contaminados com bactéria rara continuam internados em Rondônia

Cinco pessoas de uma mesma família continuam internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional de Cacoal (RO), município a 480 quilômetros de Porto Velho. O estado de saúde de uma delas é mais grave.

Os pacientes foram contaminados pela bactéria Clostridium botulinum depois que ingeriram uma maionese preparada com milho em conserva no último domingo (10) durante um almoço. A bactéria causa uma doença chamada Botulismo. Todos são moradores de São Miguel do Guaporé (RO).

De acordo com a coordenadora da vigilância em saúde de Cacoal, Ivani Gromann, dos cinco internados, apenas uma mulher segue em estado mais grave. Já os demais tiveram uma melhora, porém não tão significativa. Mesmo assim, estão estáveis.

Foto: Reprodução/Shutterstock
“Não sabemos se os pacientes terão sequelas, até porquê, após o período de internação, eles vão passar por fisioterapia até que se recuperem por completo. No entanto, é lenta”, afirmou Gromann.

Ao G1 Rondônia, o diretor do Laboratório Central de Porto (Lacen) Luiz Tagliani, informou que os exames feitos nos alimentos consumidos pela família no dia do almoço ainda estão sendo realizados em São Paulo (SP).

Entenda o caso

Durante um almoço de domingo, oito pessoas de uma mesma família foram contaminadas pela bactéria Clostridium botulinum, causadora de uma doença denominada “Botulismo”. A bactéria foi contraída depois que comeram uma maionese preparada com milho em conserva.

Cinco pacientes estão internados na UTI do Hospital Regional de Cacoal. Os outros três, sendo um adulto e duas crianças, permanecem em São Miguel do Guaporé, onde moram, já que não precisaram de internação.

O setor de vigilância em saúde de Cacoal alerta que não foi confirmado surto de Botulismo em Rondônia, mas sim a uma localidade restrita.

A coordenadora de vigilância em saúde de Cacoal, Ivani Gromann, detalhou que Botulismo é uma doença bacteriana rara e não contagiosa, mas é grave e pode ser fatal.

A bactéria rara pode entrar no organismo por meio de machucados ou pela ingestão de alimentos enlatados – preservados de forma inadequada.

“Horas após a pessoa ingerir o alimento contaminado, já começa a apresentar visão dupla e, em seguida, uma paralisia progressiva, que atinge boca, olhos e os principais órgãos. Se não tratada pode levar ao óbito”, explicou Gromann.

E foram esses os sintomas que os membros da família apresentaram logo após o almoço. Eles foram transferidos para Cacoal na madrugada da última segunda-feira (11), onde foram medicados com o soro antibotulínico, que foi enviado ao município por meio de transporte aéreo de Brasília (DF) e Porto Velho.

Ivani explicou que a maioria das bactérias do Botulismo está presente principalmente nos alimentos enlatados. Entretanto, não é possível confirmar ainda de qual alimento partiu a bactéria. A suspeita é de milho em conserva.

“Na terça-feira (12), enviamos para o Lacen amostras de sangue de todos os oito pacientes para confirmar o surto, pois hoje temos apenas a suspeita. Achamos que pode ter sido milho em conserva, pois foi o único alimento enlatado utilizado pela família para o preparo da maionese que todos comeram no almoço. No entanto, a vigilância de São Miguel enviou para a capital amostras de todos os alimentos que estavam na geladeira da casa onde o almoço foi preparado”, detalhou a coordenadora.

Sintomas do botulismo

Nesse tipo de botulismo alimentar, de acordo com a Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), neurotoxinas atacam os nervos das pessoas, fazendo cair a musculatura da língua, da pálpebra e do céu da boca. Quando elas entram na corrente sanguínea, primeiramente se alojam em nervos cranianos.
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