O projeto tem o objetivo de oferecer às crianças que estão afastadas do lar, por alguma razão, a experiência da convivência com uma rotina familiar
Guiada pelo instinto acolhedor e materno, Alice Maria, 37 anos, decidiu participar, junto com seu único filho, que tem 19 anos, do serviço Família Acolhedora, de Porto Velho. Para ela, o próximo domingo, Dia das Mães, terá um gosto especial, com a alegria de ter uma criança em casa, mesmo que temporariamente.
O serviço Família Acolhedora é desenvolvido pela a Secretaria Municipal de Assistência Social e da Família (Semasf) e tem como finalidade de oferecer às crianças que estão afastadas do lar, por alguma razão, a experiência da convivência com uma rotina familiar comunitária.
“Tomei conhecimento do programa durante uma palestra, há alguns anos, e resolvi me inscrever em 2020. Cumpri todas as etapas até chegar, de fato, a receber a criança temporariamente no meu lar”, recorda Alice Maria.
As etapas a que ela se refere são o período de capacitação, documentação e entrevistas que antecedem a autorização por um juiz da Vara de Proteção à Infância e Juventude.
“Recebi a notícia da autorização no dia meu aniversário, 3 de fevereiro de 2021. Depois de todos os trâmites, a criança veio para minha casa no dia 14 de abril. Será temporário, mas será muito importante”, revela a voluntária.
EXPERIÊNCIA
A criança que está sob os cuidados da Alice é uma menina de dois anos. Após nascer, foi direto para o Lar do Bebê, unidade de acolhimento institucional da Prefeitura.
“Apesar de ser bem cuidada pela equipe de profissionais, a criança ainda não tinha uma visão de família, conhecia apenas a experiência da instituição. Por isso, achei válida a oportunidade de proporcionar uma rotina familiar”, afirma Alice.
Segundo a voluntária, com a convivência, a criança já tem consciência dos limites e do cumprimento de rotina, como é comum numa família. “Isso, com certeza, vai ajudar na adaptação quando ela encontrar um novo lar”, acredita Alice.
LIÇÃO
Apesar das conquistas e estabilidade, Alice diz que precisava passar por esta experiência e ter a chance de proporcionar um lar temporário e, ao mesmo tempo, colaborar para o desenvolvimento de uma criança privada do convívio familiar.
Às vésperas do dia em que a maternidade é homenageada, ele confessa que aprendeu uma nova lição como mulher, como cidadã e como mãe.
“É um aprendizado e uma demonstração de amor incondicional. A pandemia isola e priva as pessoas de uma convivência mais ampla e estas crianças também sentem isso todos os dias. Para mim, com certeza, é uma grande lição”, finaliza.