Grupo de jovens indígenas luta pelos direitos das comunidades em Rondônia

O movimento da Juventude Indígena de Rondônia realizou seu segundo encontro com a participação aproximadamente 100 jovens de 18 etnias para debater seus direitos e  identidade cultural.

O movimento intitulado ‘Encontro da Juventude Indígena de Rondônia’ levanta pautas importantes das causas indígenas, discutindo direitos e necessidades básicas para a população indígena. 

A Terra Indígena Igarapé de Lourdes sediou o segundo encontro na aldeia Paygop, localizada na região central do Estado, onde mais de 18 etnias, de 13 territórios, estiveram juntas. 

E os jovens se mostraram interessados em fazer a mudança acontecer, dialogando sobre suas preocupações atuais.

Foto: Khauane Farias/Rede Amazônica RO

A coordenadora do Movimento Indígena de Rondônia é a ativista Txai suruí, que esteve em evidência mundial, ao ser a única brasileira a discursar na COP26. O movimento é coletivo e a essência é a constante busca por assegurar a liberdade dos povos originários brasileiros.  

“A gente tá aqui por várias questões. Primeiro por essa necessidade de estar junto, mas a gente está vindo aqui pra falar, por exemplo, de mudanças climáticas, dos impactos que isso traz para dentro do nosso território, os impactos que a gente já está sentindo e como nós, povos indígenas, estamos na linha de frente. Somos quem está fazendo a proteção das florestas e somos quem está salvando o mundo”,

afirmou a coordenadora.

O encontro reuniu cerca de 100 jovens das 18 etnias que participaram do evento, entre os dias 1° e 3 de março. 

A preservação do meio ambiente é um dos temas centrais dos encontros e, segundo a organização, a juventude tem lutado, assim como os anciões, para preservar a sua fonte de vida, a natureza. 

Diante desse pensamento, Shierlei Arara, moradora da Aldeia Paygap e uma das lideranças femininas do movimento jovem do Estado, lembra: “temos sempre que aprender, escutar os nossos mais velhos”. 

Ela destaca a importância dessa inspiração para se fortalecem e buscarem por seus direitos como povos originários.

Foto: Khauane Farias/Rede Amazônica RO

Uma das resistências das comunidades levantou a problemática das tentativas de apagar a cultura dos povos indígenas. A ativista Marciely Ayap Tupari, por exemplo, utiliza as redes sociais para dar visibilidade às questões indígenas e mostrar uma parte dessa cultura para o mundo

Assim como a jovem liderança Elianda Oro Nao’, do povo Oro Warí, habitante das margens do rio Pacas Novas. Ela afirma que, apesar de seu povo ser um dos mais numerosos do Estado, também é um dos mais esquecidos. Eliandra também encontrou nas redes sociais uma forma de ajudar a preservar e compartilhar sua cultura e identidade. 

“Antigamente meu povo utilizava arco e flecha pra lutar, hoje eu uso a internet para resistir”,

defendeu Eliandra.

Assim, o respeito pelos ensinamentos passados pelos mais velhos para os mais novos foram marcantes no encontro. Além disso, também há o cuidado com suas raízes e a preservação da diversidade cultural. 

Foi por meio de cantos, danças, pinturas e vestes que celebraram a ancestralidade. E diante da pluralidade de histórias, lembram que um elemento une a todos os jovens indígenas presentes, a urgência de estarem juntos e cuidarem do seu povo.

*Com a colaboração de Khauane Farias, da Rede Amazônica em Ji-Paraná 

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