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Sexta, 26 Abril 2024

Sou autor dos livros

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Sábado passado, dia 11 de março, fui ao supermercado e na porta de entrada encontro meu amigo, o escritor Bruno Garmatz. Ele faz parte de um grupo de escritores que vai aonde o leitor está. Na rua, no shopping, no supermercado, e até em lugares não convencionais para exposição e venda de livros, lá estão eles. É um grupo que faz uma militância permanente de divulgação e valorização do livro. É um trabalho de conquista de novos leitores e de incentivo ao hábito de ler. Oportunidade de encontro do escritor com o leitor. Interatividade. Venda da palavra escrita. Atitude.

Foto: Eliakin Rufino/Acervo pessoal

Neste sábado, Bruno estava sem outros companheiros escritores. Ele estava só nessa empreitada de vender livros. Como faz um bom vendedor, ele permanece em pé, não há cadeira nem banco. Uma mesinha, trazida por ele, exibe exemplares de seus livros já publicados. Um cartaz em papel anuncia: Sou autor dos livros. Pra não deixar dúvidas. Não se trata de um vendedor de livros e sim de um autor vendendo seus livros. 'Sou autor dos livros' sinaliza para o público uma verdade: aquele ali, vendendo livros, é um escritor.

Curioso observar que o Bruno está posicionado em frente ao painel de proibições do supermercado: É proibido entrar sem camisa, é proibido entrar com capacete, é proibido entrar com animais e tem uma outra proibição que não é possível ler na foto. Ou seja, é o muro das proibições. Ainda bem que ainda não tem a proibição de venda de livros. Parece que esse supermercado tolera bem a presença de vendedores na sua porta. Além do Bruno vendendo livros, há sempre uma vendedora de queijos. Livros e queijos.

Foto: Eliakin Rufino/Acervo pessoal

Dando um close na mesinha, além dos seis títulos expostos, dá pra ver também a presença de uma maquininha de passar cartão. Ou seja, o autor dos livros facilita a vida de quem quer comprar, facilita a vida de quem quer prestigiar o autor local, adquirir essa literatura. Facilita a vida de quem quer ler. O autor dos livros está antenado ao mundo dos negócios. Ele vai ao encontro do leitor e vai preparado. Vai preparado para autografar, escrever uma dedicatória. E vai preparado para vender.

Meus aplausos para o Bruno Garmatz extensivos aos demais escritores que militam nessa prática da venda direta dos livros, do contato direto com o leitor. Embora tenham surgido diversas mídias, o livro de papel continuará por muito tempo ainda como objeto cultural e educacional fundamental para a formação das crianças, adolescentes e adultos. O público leitor de Boa Vista, uma cidade que só tem duas livrarias, pode contar com esse trabalho dedicado e generoso feito pelo Bruno e outros escritores locais. Palmas para o Bruno que ele merece!

Sobre o autor

Eliakin Rufino é poeta, compositor, professor e filósofo. Nasceu e reside em Boa Vista, Roraima.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

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