Ferramenta é essencial para o planejamento e implementação de políticas públicas e é fonte de informação georreferenciada para pesquisadores, professores e estudantes universitários, segundo IBGE.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou em junho a Base Cartográfica Vetorial Contínua do Estado do Acre, na escala 1:100.000 (1cm = 1km no terreno). A ferramenta é essencial para o planejamento e implementação de políticas públicas.
O Acre é a sétima base cartográfica lançada no contexto do projeto BC100, sendo o primeiro da região amazônica. Segundo o IBGE, o objetivo é mapear todas as 27 unidades da federação nessa escala. O projeto já mapeou os Estados de Alagoas, Espírito Santo, Goiás, Rio Grande do Sul, Sergipe e o Distrito Federal.
Conforme o IBGE, a base é uma ferramenta fundamental para programas governamentais com foco territorial, análises abrangentes das unidades da federação e para o suporte na representação de aspectos sociais, econômicos e ambientais do território, e para o planejamento setorial de obras de infraestrutura, como energia, transporte e comunicações. Também é uma fonte de informação georreferenciada para pesquisadores, professores e estudantes universitários.
Desafios da Amazônia
“O desafio de mapear o Acre foi expressivo devido à densa cobertura vegetal da Amazônia, que exigiu esforço de aprendizado para a correta caracterização da paisagem”, destacou a tecnologista do IBGE, Flavia Gava, no site oficial do Instituto. “Como as imagens de referência do projeto são imagens no espectro de luz visível, a caracterização dos trechos de drenagem foi especialmente desafiadora”, completou.
Outro aspecto do projeto destacado pelos pesquisadores foi a importância das bases de dados produzidas pela rede de coleta do IBGE para outras finalidades, mas que são fundamentais para o mapeamento de referência.
“Os dados do Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE), atualizado regularmente pelas agências de coleta do IBGE, e do Censo Agropecuário 2017, produzido pelos recenseadores, foram de extrema importância. Tais bases já tinham sido utilizadas em outros mapeamentos da BC100, mas nesse projeto, em muitos casos, era nossa única fonte de informação, dada a escassez de informação nas localidades mais remotas da Amazônia”,
avaliou o supervisor de Cartografia do IBGE em Santa Catarina, Renato Lélis.
O supervisor destacou a situação do município de Acrelândia, que a equipe utilizou uma combinação de dados do CNEFE e do Censo Agro para conseguir fazer o mapeamento das edificações destinadas a atividades agropecuárias.
Ainda segundo o IBGE, a base foi produzida a partir da interpretação de imagens de satélite que cobrem o território do estado acreano, informações coletadas por pesquisas do Instituto, base cartográfica desenvolvida pela Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS), projeto Radiografia da Amazônia, da Diretoria de Serviço Geográfico (DSG) do Exército Brasileiro, além de folhas topográficas do mapeamento sistemático e de informações de órgãos setoriais parceiros.
O produto está disponível em formatos livres para utilização em sistemas de informação geográfica e por meio de geosserviço, via plataforma geográfica interativa. Além do mapeamento em si, a base cartográfica também fornece uma camada adicional – o índice de nomes – apresentando os nomes georreferenciados dos elementos representados na base, associados às suas respectivas categorias e classes.