Os resultados mais recentes do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), no qual o Brasil se encontra na vergonhosa 57ª posição, num ranking de 77 países da OCDE. Outro incômodo resultado: o país sustenta apenas a 69ª Colocação no Índice Global de Inovação. Entre 2006 e 2016 a produtividade da indústria – que hoje representa 10% do PIB – caiu mais de 7%.
Ainda de acordo com estudos do IPEA, a taxa média da produtividade brasileira é 70% menor que a de países como Japão, Estados Unidos e Alemanha. O gap, incômodo e monumental fosso, continua a aumentar, pois nossa produtividade cresce somente a metade da velocidade desses países. Fechando o quadro de adversidades conjunturais, no Índice Global de Competitividade da Manufatura, o Brasil caiu da 5ª posição em 2010 para a 29ª posição em 2016. O mais grave, segundo o IPEA, diz respeito à extrema dificuldade de se conjecturar “como um país possa ter ganhos de produtividade se não consegue educar adequadamente o cidadão”.
Além dos baixíssimos investimentos em ciência e tecnologia e o ambiente de negócios ruim como obstáculos para que as empresas brasileiras consigam produzir mais com menos recursos, sejam eles horas de trabalho ou pessoas, persiste a grave questão sobre inovações como a tecnologia 5G. O IPEA considera que “o atraso do país em adotar esse tipo de tecnologia gera também um atraso na utilização da estrutura de telecomunicação para a produção industrial, e isso afeta diretamente nossos índices de produtividade.”
O Brasil vem demorando muito para modernizar a infraestrutura de telecomunicações, levando o país a atrasar-se no ingresso à quarta revolução industrial ou indústria 4.0. Conceito que envolve as inovações que estão revolucionando as formas de organização das cidades (smart cities) e o perfil da comunicação com outras pessoas e também com máquinas. Concentrando-se apenas em inovações de sistemas produtivos, a indústria 4.0, como ora se tem plena consciência, é a utilização de ferramentas como inteligência artificial, big data, block chain, internet das coisas, clouding, entre outras, objetivando ganhos crescentes e permanentes de produtividade, e, consequentemente, de competitividade internacional.
No que pertine à economia do Amazonas, da qual a Zona Franca é parte, considero justo o festejo do superintendente da Suframa, Alfredo Menezes, ao apresentar à imprensa, no final de dezembro, balanço das atividades da autarquia em 2019. No ano foram aprovados 144 novos projetos em apenas três reuniões do Conselho de Administração da Suframa (CAS), que deverão gerar 9.500 novos empregos diretos com investimentos estimados em 1,1 bilhão de reais. Acima desses números, contudo, o mais relevante, porque concretos e definitivos, são os resultados da nova gestão da Superintendência no que respeito à reconquista da autonomia para nomeação de cargos de direção e assessoramento superior, a edição de normativos que aceleraram a tomada de decisões envolvendo novos investimentos e Processos Produtivos Básicos (PPBs) para a região e a retomada da produtividade e da geração de empregos no Polo Industrial de Manaus (PIM).
No governo Jair Bolsonaro a Zona Franca de Manaus vem recebendo apoios que lhe foram negados nos últimos 15 anos. Os caminhos estão sendo aplainados por Meneses e sua equipe, incluindo o CBA, rumo à nova matriz econômica ancorada na bioeconomia. Este vetor, combinado à modernização industrial padrão 4.0, é fundamental à formulação da nova matriz econômica do modelo ZFM-2073.