Brasil reprovado no PISA

Estudo do Ministério da Educação defende que o Brasil precisa de audácia na Educação. A herança deixada pela era Lula/Dilma é catastrófica sob qualquer ângulo analisado. O desempenho em português e matemática é pior do que há 20 anos. A meta nacional do IDEB (índice de avaliação da educação básica) não é alcançada desde 2011. A evasão é brutal. São cerca de 2 milhões de jovens que nem trabalham nem estudam e mais de 1 milhão de menores de 17 anos que não estão na escola. O Brasil tornou-se indiferente à baixa qualidade na educação. É inaceitável que a 8ª ou 9ª economia do mundo seja a 64ª em Educação.

Foto:Reprodução

A despeito da PEC do teto dos gastos públicos, os 18% do orçamento da União que vão para a Educação e os 25% dos estados continuam vigentes. Não foram sequer arranhados. No corrente exercício, segundo o MEC, o investimento no setor deverá alcançar R$ 139 bilhões. Os cortes orçamentários, por conseguinte, não afetam a Educação, do ponto de vista do MEC. O que realmente preocupa, diz o estudo, “é o fato de sermos um dos seis países que mais investem em Educação em percentual do PIB e, ao mesmo tempo, estarmos na lanterna em qualidade”. Impossível, diante desse background, apostar num futuro brilhante à economia do país.

Os resultados do Brasil na maior avaliação educacional do mundo, o PISA (sigla em inglês para Programa de Avaliação Internacional de Estudantes), mostram que hoje nossos estudantes sabem menos matemática do que em 2009. Evidenciam também que nos últimos três anos o Brasil permaneceu estagnado em leitura e em ciências. A consequência do descalabro reflete-se na queda do país no ranking de Educação, com ênfase em ciências, da posição 59 para a 63. Mais importante: essas notas atestam que todo o investimento feito em Educação nos últimos anos e as conquistas na área não foram traduzidos na melhora do aprendizado.

O PISA é uma avaliação trienal feita pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) desde 2000. Em 2015, participaram 70 países. As provas aplicadas em dois dias focam nos conhecimentos de alunos de 15 anos e 3 meses a 16 anos e 2 meses de idade que estejam no mínimo cursando o 7º ano. Do PISA 2015 participaram 23.141 estudantes de 841 escolas (públicas e particulares). A prova avalia o conhecimento dos alunos em três grandes áreas: ciências, matemática e leitura. A cada três anos, uma dessas áreas ganha um peso maior, ou seja, traz mais questões. Nesta edição, a ênfase foi em ciências. Em 2012, foi em matemática. Em 2018, será em leitura. Em 2015 as provas trouxeram, como novidade, questões relativas à resolução de trabalho em grupo e conhecimento de finanças. Esses resultados, porém, só serão divulgados até o final de 2017.

Diante do vexatório desempenho em matemática, historicamente nosso ponto fraco, o PISA confirma o que o IDEBjá mostrou: não sabemos ensinar matemática. Somente 16% dos alunos que saem do 9º ano têm o nível de proficiência adequado à área. No ensino médio, a situação consegue ser pior: apenas 9% dos jovens que terminam o 3º ano dominam o que é considerado basicamente suficiente para o nível.

O PISA 2015, liberado mundialmente em dezembro de 2016, demonstra que, além de não conseguir avançar em matemática, o Brasil ainda regrediu a um nível pior que o de 2009, quando a média nacional foi de 386 pontos, numa escala de 1.000 pontos. A nota em matemática deste ano foi de 377 pontos contramédia da OCDE de 490 pontos. Em ciências, a principal área avaliada no PISA 2015, a nota ficou 1 ponto abaixo da última avaliação, de 2012. O país alcançou 401 pontos neste ano, quando a média da OCDE ficou em 493.Dentre os 76 países avaliados, o Brasil amarga a 60ª posição. Cingapura, Hong Kong e Coreia do Sul ocupam as primeiras posições.  Enquanto no topo da lista estão os países asiáticos, as últimas 15 posições ficaram com os países sul-americanos, exceto em relação ao africano Gana, o 76º.

Manaus, 8 de maio de 2017.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Pesquisadores defendem programa de cisternas para preparar a Amazônia para as próximas secas

Para os especialistas, a magnitude e extensão do impacto climático sobre a população da região nos dois últimos anos requer um programa governamental abrangente, a exemplo do “1 milhão de cisternas” realizado no semiárido nordestino.

Leia também

Publicidade