Parceria de 50 anos com a TV Amazonas

O Dr. Phelippe Daou falou a mim: “Dudu, não sei se serás um bom engenheiro, porém acho que serás um bom jornalista!”.

Sala de direção de TV com um telecine. Foto: Acervo do livro ‘História da TV Amazonas’, de Abrahim Baze

Em um dia de fevereiro de 1973, em uma sala da TV Amazonas na Avenida Carvalho Leal, os drs. Phelippe Daou e Milton de Magalhães Cordeiro reunidos com Edgar Monteiro de Paula Filho (meu irmão) e Eduardo ‘Dudu’ Monteiro de Paula concluem um contrato de produzir um programa semanal de esporte amador que iria ao ar todo o sábado, iniciando ao meio-dia.

Na época, a TVAM tinha no seu quadro de profissionais Orlando Rebelo, Luiz Eduardo e José Augusto que sempre falavam de futebol. Edgar e eu éramos alunos de engenharia, ele sexto período e eu quarto período. 

Artigo escrito no Jornal do Commercio logo após a saída de meu irmão quando fiquei sozinho e já estudava jornalismo. Foto: Eduardo Monteiro de Paula/Acervo pessoal

Edgar foi o primeiro atleta do Amazonas a chegar numa seleção brasileira universitária na modalidade de voleibol, além de ser extremamente habilidoso em todas as modalidades: basquete , handebol ,atletismo etc . Ah! E faixa preta de karatê. Ao receber o convite, Edgar me convidou para ir junto, pois ele considerava que eu era mais comunicativo e assim lá fomos.

Com o programa no ar começamos sempre com foto e reprodução de filmes em oito milímetros que eram vendidos com grandes eventos. Como não tínhamos, na época, câmera de videotape, começamos a filmar com câmeras de oito milímetros que eram mandados para São Paulo para serem revelados e uma semana após apresentávamos em um processo chamado ‘telecine’. Outro detalhe: não era possível gravar a noite, pois não existia iluminação adequada.

Filmes de 8 milímetros. Foto: Eduardo Monteiro de Paula/Acervo pessoal

O tempo passando rápido, em três anos o meu irmão e eu voltamos a reunir com Phelippe Daou e Milton Cordeiro. Edgar formara em engenheiro e fomos rescindir o contrato, porém, para minha surpresa, o Dr. Phelippe falou a mim: “Dudu, não sei se serás um bom engenheiro, porém acho que serás um bom jornalista!”.

Assim, abandonei a engenharia e me dediquei integralmente ao jornalismo, onde estou desde então, sempre me aprimorando, pois nunca sabemos tudo.

Sede da TV Amazonas na Rua Carvalho Leal, em Manaus. Foto: Acervo do livro ‘História da TV Amazonas’, de Abrahim Baze

E aqui estou, comemorando 50 anos de jornalismo. Diplomado na UFAM, pós-graduado na universidade do Tennessee (USA), além da Faculdade Anchieta em SP, Instituto Wanderley Luxemburgo (RJ ), King School (Inglaterra) etc., e estas histórias serão escritas separadamente.

Cinquenta anos de jornalismo e continuo estudando. A dinâmica da comunicação nos impulsiona a um eterno aprendizado. E se eu tivesse concluído a engenharia… Hum… Sei não!

Ao continuar contando os meus 50 anos de jornalismo vocês vão compreender que eu sou mesmo predestinado ao jornalismo.

Obrigado a Phelippe Daou, que me conduziu à vida profissional que exerço hoje e será para sempre!

Por hoje é só! Fuuuiiii!

Sobre o autor

Eduardo Monteiro de Paula é jornalista formado na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), com pós-graduação na Universidade do Tennesse (USA)/Universidade Anchieta (SP) e Instituto Wanderley Luxemburgo (SP). É diretor da Associação Mundial de Jornalistas Esportivos (AIPS). Recebeu prêmio regional de jornalismo radiofônico pela Academia Amazonense de Artes, Ciências e Letras e Honra ao Mérito por participação em publicação internacional. Foi um dos condutores da Tocha Olímpica na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista 

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

PIB do Amazonas cresce 3,27% em 2022, acima da média nacional

O Amazonas mostrou força econômica com o setor de serviços e a indústria, com dados divulgados pela Sedecti após dois anos necessários para consolidação.

Leia também

Publicidade