O remo foi um esporte que, no fim do Século 19 e início do Século 20, era dos mais apreciados em Manaus.
O remo foi um esporte que, no fim do Século 19 e início do Século 20, era dos mais apreciados em Manaus. Durante os finais de semana, algumas famílias da cidade vestiam suas melhores roupas e iam ao Roadway (Porto de Manaus), para acompanhar as competições de remo que ocorriam no Rio Negro para deleite da população. Assistir as provas e torcer pelas embarcações das equipes inglesa, portuguesa e alemã.
Vou destacar a equipe alemã, por uma simples razão: o Clube existe até hoje na terra de origem, a Alemanha. O Deutscher Klub (Clube Alemão) foi criado com o objetivo de congregar os alemães que aqui viviam. Eles chegavam em nossa terra em busca da preciosa borracha, que à época era produzida em larga escala no Amazonas.
Foi uma época áurica. A borracha produzida aqui era comercializada e exportada para a Europa, em pleno “boom” da Revolução Industrial, através do Porto de Hamburgo, por intermédio de Empresas como Zarges, Oligher Cia, dentre outras, gerando muito recurso e progresso ao Amazonas.
Em 1910, a sede era localizada na esquina da Rua João Coelho (hoje Constantino Nery), com a Rua Leonardo Malcher, em um belo palacete. A estrutura da sede era elegante e funcional, com salão de dança, local para guardar os barcos, boliche e outras áreas.
Ela foi mantida assim até quando a Alemanha entrou em guerra com o mundo, o que obrigou a retirada dos alemães do Brasil. Os que aqui ficaram foram levados à uma área de isolamento.
O Presidente da República Getúlio Vargas expropriou o prédio, que por sua vez, ficou abandonado. Em 1944, o Interventor Federal no Amazonas, Álvaro Maia, fez a doação do prédio para o recém-criado Clube dos 5 AROS – Olímpico Clube.
O local foi sede do Olímpico Clube até os anos 70, quando foi transferida para uma grande área na Avenida Constantino Nery com a Avenida Boulevard Amazonas (hoje Boulevard Álvaro Maia), onde está até hoje.
O elegante e belo prédio, também serviu de sede para uma grande casa noturna (discoteca), a Starship, e muitas outras utilidades desde sua expropriação. Quem passa pelo local, nem imagina quanta história foi vivenciada naquele prédio e naquele lugar. Até porque, seria praticamente impossível imaginar, haja vista, o prédio original sofreu dezenas de modificações ao longo dos anos.
Assim sendo, nada mais lógico, que a cidade de Manaus, que nasceu a partir do belo Rio Negro ter tido como um de seus esportes preferidos o remo.
Semana que vem tem mais! Fuuuiiiiii!
Sobre o autor
Eduardo Monteiro de Paula é jornalista formado na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), com pós-graduação na Universidade do Tennesse (USA)/Universidade Anchieta (SP) e Instituto Wanderley Luxemburgo (SP). É diretor da Associação Mundial de Jornalistas Esportivos (AIPS). Recebeu prêmio regional de jornalismo radiofônico pela Academia Amazonense de Artes, Ciências e Letras e Honra ao Mérito por participação em publicação internacional. Foi um dos condutores da Tocha Olímpica na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016.
*O conteúdo é de responsabilidade do colunista