Brasil e Japão no tênis de mesa no Amazonas durante a era do cruzado

O reflexo deste intercâmbio é sentido até hoje. Haja vista, os muitos nomes de mesatenistas amazonenses que fizeram e fazem história, nacional e internacionalmente.

Em agosto de 1986, Manaus recebeu a Seleção Japonesa de Tênis de Mesa. A equipe japonesa excursionava pelo Brasil, como parte do desenvolvimento da modalidade. Tanto Brasil como Japão, em um total de 35 pessoas, ficaram hospedados no Ana Cássia Palace Hotel, um dos hotéis mais luxuosos da época.

A partida entre as seleções ocorreu no Ginásio Aristophano Antony, ginásio do Atlético Rio Negro Clube, e contou com quase 900 pessoas na plateia. Momento marcante do desporto no Amazonas.

Foto: Sascha Düser/Pixabay

Nas equipes só craques, a saber:

JAPÃO: Yoshitaka Kumeta (técnico), Hitoshi Kaihoko, Takeshi Murakami, Koiti Kawamura e Naomi Kawamura (atletas campeões mundiais de Tênis de Mesa).

BRASIL: Mauricio Kobayashi (técnico), Claudio Kano, Ricardo Tetuo Inokuchi, Carlos Issamu Kawai, Hugo Hoyama, Aristide França, Edson Fumihiro e Acassio da Cunha.

Foi um presente de luxo para o Tênis de Mesa do Amazonas, sob o comando do competente Clóvis de Souza e uma dezena de amazonenses com destaque nacional, dentre eles: Dissica Valério Thomaz, Pedro Marques e outros. 

No comando da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa estava Alaor Pinto, que buscava colocar o Brasil em melhor posição mundial na modalidade. Desta forma, com o apoio do Cônsul Geral do Japão, Tetsuo Nonogaki, conseguiu incluir o Brasil na excursão da Seleção do Japão (Campeã Mundial).

Foto: Dudu Monteiro de Paula/Acervo pessoal

Foto: Dudu Monteiro de Paula/Acervo pessoal

Foto: Dudu Monteiro de Paula/Acervo pessoal

Algumas informações para despertar a curiosidade: o evento custou à época CZ$ 25.841,60 (vinte e cinco mil, oitocentos e quarenta e um cruzados e sessenta centavos). Recurso disponibilizado por alguns patrocinadores. Essa moeda, muitos de vocês não conhecem: cruzado. Eram anos de mudanças no país. Quanto vale isto hoje? Ajudem-me, calculem e avisem.

Foi um projeto vitorioso para o Brasil, em especial para o Amazonas. A referência mundial no Tênis de Mesa era o Japão e muito aprendemos com eles. Inclusive, meses depois, Manaus foi sede do Campeonato Brasileiro Mirim de Tênis de Mesa.

O reflexo deste intercâmbio é sentido até hoje. Haja vista, os muitos nomes de mesatenistas amazonenses que fizeram e fazem história, nacional e internacionalmente.

Por hoje é só! Semana que vem tem mais! Fuuuiiiiii!

Sobre o autor

Eduardo Monteiro de Paula é jornalista formado na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), com pós-graduação na Universidade do Tennesse (USA)/Universidade Anchieta (SP) e Instituto Wanderley Luxemburgo (SP). É diretor da Associação Mundial de Jornalistas Esportivos (AIPS). Recebeu prêmio regional de jornalismo radiofônico pela Academia Amazonense de Artes, Ciências e Letras e Honra ao Mérito por participação em publicação internacional. Foi um dos condutores da Tocha Olímpica na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

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