A estiagem e o baixo volume dos rios no Norte do país afetam diretamente a saúde da população.
A estiagem e o baixo volume dos rios no Norte do país afetam diretamente a saúde da população, principalmente das crianças. É o que alerta o Fundo das Nações Unidas para a Infância, o Unicef. Doenças como hepatite A e diarreia podem ser transmitidas pela água contaminada. É importante ficar atento às características como gosto, cor e o cheiro da água.
Se for observada alguma alteração nesses aspectos, a orientação é não consumir a água e buscar uma fonte segura para o consumo. É possível usar hipoclorito de sódio para melhorar a sua qualidade, adicionando duas gotas do produto para cada litro de água. Daí, precisa deixar agir por 30 minutos.
Na falta do hipoclorito, a melhor maneira de evitar a contaminação é ferver a água por cinco minutos. Lembrar que sempre antes de utilizar o hipoclorito ou ferver a água, é importante filtrar ou coar a água, com filtro doméstico, coador de papel ou pano limpo.
Vale lembrar que a diarreia aguda pode levar a quadro de desidratação grave, se não for tratada. Por isso, em casos de sintomas, os pais devem procurar a unidade de saúde mais próxima de casa. E, enquanto isso, mantenha a pessoa sempre hidratada.
Saúde mental
Eventos climáticos extremos, como queimadas, estiagem e inundações, podem gerar incertezas. As dúvidas, o medo e outros efeitos causados por esses eventos podem desencadear ansiedade, depressão e outros transtornos psicológicos.
Consequências que costumam afetar ainda mais crianças e jovens, já que, nessa faixa etária, a personalidade ainda está em formação e o impacto dessas tragédias climáticas pode ser mais profundo do que para os adultos.
Como identificar uma criança ou adolescente em sofrimento
O primeiro passo é identificar quando eles mudam de comportamento, como explica Gabriela Mora, oficial de Desenvolvimento e Participação de Adolescentes do Unicef.
“É fundamental que os adultos de referência na vida desses adolescentes estejam atentos para esses sinais de mudança de comportamento e o isolamento certamente é um deles. A dificuldade de comunicação ou comportamentos mais agressivos são questões que as famílias precisam estar com o radar ligado para esses possíveis sinais comportamentais que podem representar um sofrimento psíquico”.
Canais disponíveis para ajuda
Um dos canais oferecidos pelo Unicef e que fica disponível 24 horas para oferecer ajuda em saúde mental é o Pode Falar. “O Pode Falar acontece de maneira regular e é um apoio psicossocial. Os atendentes são treinados para identificar esses casos e apoiar adolescentes a encontrar, em sua região, o que existe de serviços e quem faz parte da sua rede de referência”, explica Gabriela Moro.
Os atendentes são vinculados a 20 universidades parceiras do Pode Falar e todos são formados pelo Núcleo do Cuidado Humano da Universidade Federal de Pernambuco. Quem está do outro lado do computador recebe formação contínua para lidar com os jovens e é supervisionado por um professor universitário.
Os atendentes fazem esse acolhimento numa linha de escuta empática, sem julgamento. “Ajudando esse adolescente a colocar para fora, nomear sentimentos e ajudando o adolescente a pensar: bom, com quem eu posso contar num caso de sofrimento psíquico?”, explica Gabriela Mora.
A oficial ainda acrescenta que os atendentes são treinados para casos de emergência por questões climáticas. “Cada vez que acontece uma situação a gente traz um especialista para conversar com esse grupo de atendentes, para que eles sejam capazes de apoiar nas questões específicas trazidas por essa questão emergencial”.
Fonte: Brasil 61