O trabalho é desenvolvido por meio da atuação dos farmacêuticos no HUGV-Ufam e contribui para a promoção da saúde.
O Hospital Universitário Getúlio Vargas da Universidade Federal do Amazonas (HUGV-Ufam), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), tem se destacado com a produção e distribuição de carvão ativado (CA) fracionado contra intoxicações graves de pacientes atendidos no Estado por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). O HUGV-Ufam é o único órgão vinculado ao SUS que produz carvão ativado fracionado e com dosagem orientada no Estado do Amazonas.
A matéria-prima é adquirida com verbas do Programa Atividade Curricular de Extensão (PACE) e fracionado no Laboratório de Farmacotécnica da Farmácia do HUGV, por meio do projeto de extensão ‘Centro de Informações Toxicológicas (CIT) e as Unidades de Urgência e Emergência de Manaus – Conhecer para salvar’, realizado em parceria com a Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Ufam.
O carvão ativado é entregue em potes de 10, 25 e 50 gramas no formato de pó, juntamente com a capacitação e orientação necessárias para as unidades de urgência e emergência da capital Manaus, visando o uso adequado do produto como medida de prevenção contra intoxicações graves em pacientes.
“A finalidade do projeto é fazer com que as unidades de urgência e emergência tenham disponível o carvão ativado para pronto-atendimento do paciente intoxicado, porque nosso Estado não tem um banco de antídotos e a central de medicamentos não distribui ele (carvão ativado) em quantia adequada, então fazemos esse projeto para atender essa deficiência. E como a gente viu a dificuldade de adquirir e de algumas unidades de saúde de ter a medicação, a gente pensou em suprir isso com o projeto em parceria com a Universidade Federal do Amazonas”, explicou a farmacêutica e chefe do setor de Farmácia Hospitalar do HUGV-Ufam, Vivian Pereira.
O carvão ativado pode ser usado para tratamento de intoxicações graves em crianças e adultos, mediante solicitação médica do produto, sendo diluído e administrado via oral no paciente. O uso do carvão ativado pelas equipes de urgência e emergência é orientado pelo Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas (CIT-AM) para garantir o tratamento adequado do paciente intoxicado.
O carvão ativado
É um pó obtido da pirólise de material orgânico, com partículas porosas com alto poder adsorvente do agente tóxico, que previne a sua absorção pelo organismo. É utilizado nos tratamentos em casos de intoxicações e atua adsorvendo a substância tóxica, diminuindo a quantidade disponível para absorção pelo sistema digestório, mas, também age em substâncias já absorvidas, e com circulação enterohepática, a qual é interrompida. A substância tóxica retida pelo carvão ativado é eliminada com as fezes.
Modo de preparo: dilui-se na proporção de 1g de carvão ativado para 8ml de líquido (água, soro glicosado ou líquido palatável).
Dose: A dose recomendada para adultos é de 50g e a dose pediátrica é de 1g/kg.
Indicações:
– Uso de preferência até a primeira hora após a intoxicação.
– Descontaminação do trato gastrintestinal.
– Pode ser realizado por via oral ou pela sonda nasogástrica.
– Pode ser diluído em água, suco ou outros líquidos para facilitar a ingestão.
Contraindicações:
– Pacientes com risco de aspiração, exceto se forem intubados;
– Obstrução intestinal;
– Ingestão de agentes cáusticos ou corrosivos;
– Ingestão de hidrocarbonetos voláteis;
– Substâncias que não são adsorvidas pelo CA (ferro, cáusticos, lítio, derivados de petróleo, outros metais, etanol, metanol, acetona), exceto se houver ingestão concomitante de outras substâncias absorvíveis pelo CA e que ameacem a vida.
CIT-AM
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“Durante o projeto, a gente visitou os maiores prontos-socorros do Estado, particular e público, falamos do serviço do CIT, divulgamos o 0800, o número de atendimento telefônico, distribuímos os potes de carvão e entregamos os fôlderes. É um serviço contínuo e estamos à disposição caso haja necessidade”,
disse Vivian Pereira.
Cabe ressaltar que as intoxicações exógenas sempre foram uma preocupação na prática clínica, exigindo ação rápida e eficaz da equipe assistencial. Com ampla variedade de substâncias envolvidas, desde produtos industriais até medicamentos comuns, é importante que a tomada de decisão e o acesso aos insumos corretos sejam garantidos. Nesse sentido, o carvão ativado tem se destacado como uma das estratégias para o manejo do paciente intoxicado, visando impedir a absorção do agente tóxico.
Todo o trabalho realizado pelo CIT-AM é para que a equipe assistencial tenha acesso a informações atualizadas e aos produtos necessários para o primeiro atendimento de intoxicações.
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O Hospital Universitário Getúlio Vargas faz parte da Rede Hospitalar Ebserh desde novembro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
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