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Sexta, 19 Abril 2024

Quando um aprendizado vale mais que dinheiro

Quando um aprendizado vale mais que dinheiro
E quem disse que o imediatismo é ruim? É óbvio que ele é ótimo. Quem não gosta de um problema resolvido de forma rápida? Ou aquela grana que se ganha rapidamente? Ou aquele sonho maravilhoso cumprido em curto tempo? Todos nós gostamos. É claro. No entanto, nem tudo é exatamente como imaginamos ou planejamos. Podemos escrever diversos rumos e direções a serem seguidas, mas no caminho podemos nos deparar com muitos aspectos que são considerados como “dificuldades” por muitos. Quando se fala em carreira, então, isso existe aos montes.

A construção de uma marca profissional perante a sociedade não é um processo rápido. Muitos se confundem com personalidades das mídias sociais que simplesmente bombam de hoje para amanhã. Isso é construção de marca? Não. Muitas delas nem são mais lembradas pelo grande público. Nesses casos, houve um processo de exposição ao extremo, que é bom, no entanto, não houve a construção da marca, da imagem, da credibilidade no ramo ou segmento que se escolheu seguir. Para considerarmos maduro um processo de criação de marca se leva de 05 a 10 anos com ações efetivas e resultados positivos. Assim, cria-se a solidez da carreira.

Nesse processo de maturação, devemos considerar vários pontos: aprendizados, observações de erros de outros, análise de um sucesso que virou fracasso, análise de um fracasso que virou sucesso. Na era da Informação, temos muitos casos para estudarmos, e assim, criarmos a nossa trilha profissional. Até mesmo aquele velho ditado dos nossos avós e pais que diz “Melhor aprender com os erros dos outros”, vale muito a pena.
 
Quando um aprendizado vale mais que dinheiro. Foto: Shutterstock 
O que podemos considerar um aprendizado? Ouvir, ouvir e ouvir, e analisar. Recordo-me de um dia que meu irmão pequeno estava revirando a casa do avesso. Bagunceiro, fiquei olhando as suas peripécias. Pulava, gritava, chorava, se machucava. Era terrível. Estressado, perguntei ao meu pai o motivo de ele aceitar tudo aquilo. Ele me respondeu algo que me fez calar e emocionar todas as vezes que lembro: “Filho, eu prefiro ver o seu irmão assim ao vê-lo doente numa cama, quieto, sem poder pular, bagunçar, gritar”. Aquilo entrou como uma navalha na minha alma. Aparentemente, um episódio normal do dia-a-dia. No entanto, naquele dia eu aprendi a ter TOLERÂNCIA. Ela nos dá Sabedoria para analisarmos os casos que ocorrem em toda a sociedade. Nos dá a Sabedoria de gerir pessoas e conseguir entende-las em suas complexidades. Esse aprendizado eu levei para o mundo organizacional e me ajudou a conseguir decifrar muitas coisas que antes eu não entenderia.

Nas coisas mais simples da vida, se tem aprendizado. Há algum tempo atrás, brincando com a minha filha que hoje tem 03 anos de idade descobri um novo mundo. A ensinei a colocar canudos em rolos de papéis higiênicos furados. É um excelente teste para estimular a coordenação motora. Longos 04 meses se passaram. Pensei que ela havia esquecido do que tínhamos feito. Não esqueceu. Em um vídeo de internet, ela viu o mesmo rolo de papel higiênico furado e disse: “Papai, quer colocar o canudo aqui”. Foi quando aprendi que o ser humano considera e lembra de pequenos detalhes. O que fiz? Levei esse conhecimento para a gestão de relacionamento com os meus clientes. Fantástico, não?

Há alguns dias atrás, estava brincando com a minha Pequena Notável, minha esposa. Pegava em sua orelha, fazia cócegas, lhe apertava. Irritada, ela teve uma reação de choro que me surpreendi. Choro de irritação. Com isso, tive outro aprendizado: preciso respeitar os limites das pessoas. Para mim, aquelas brincadeiras eram sadias, normais, algo para nos divertirmos. No entanto, para ela não era. Ela não interpretava e recebia da mesma forma que eu. Portanto, eu precisei começar a entendê-la e respeitá-la. Um aprendizado desse porte também se leva para a vida organizacional: gestão de pessoas.

Nossas rotinas nos levam a um treinamento intensivo de aprendizados. Precisamos saber identifica-los. Assim que conseguirmos fazer isso, conseguiremos colocá-los em prática em nossas profissões e atividades do dia-a-dia. Independente do que ocorrer, sempre há uma forma de maturar o aprendizado, reescrevê-lo em outro contexto e começar a praticar.

O que você acha de, a partir de hoje, pedir para os seus familiares lhe contarem histórias de vida, experiências vividas e até frustrações obtidas? Pasme, a cada nova história teremos um novo aprendizado. Adapte, reescreva e leve para a prática do seu dia. Somente dessa forma conseguiremos ter cacife para tomar decisões, ocuparmos cargos de liderança e de grande visibilidade. Ah, isso não é somente para os mais novos. Com 60, 70, 80 anos, nós continuamos aprendendo. A vida é um aprendizado constante. Nunca saberemos de tudo. Nunca.

*Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Articulista dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazonas, CBN Rondônia e Portal Amazônia.
 

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