​Ponte entre Brasil e Peru é liberada e imigrantes retornam a abrigos no Acre

Tentando sair do Brasil, cerca de 600 imigrantes se concentraram na ponte em 14 de fevereiro

Mesmo com a chegada de uma decisão judicial exigindo a retirada obrigatória e imediata dos imigrantes que estavam há mais de três semanas ocupando a Ponte da Integração, na fronteira entre Brasil e Peru, localizada em Assis Brasil, não foi necessária a realização de qualquer intervenção policial, para que os ocupantes se retirassem e fosse reestabelecido o tráfego de veículos na tarde desta segunda-feira, 8.

O fato se deu graças à presença de políticas públicas estabelecidas pelo governo do Acre, que, durante os últimos dias, a pedido do governador Gladson Cameli, tem enviado representantes de diversas secretarias para a realização de atendimentos em saúde, segurança e assistência social. Esse último aspecto, inclusive, contribuiu significativamente para a negociata junto às forças de segurança, para o retorno dos estrangeiros aos abrigos e a fretagem de volta aos estados brasileiros de onde vieram.

“O governo, desde o início da crise migratória, tem marcado presença em Assis Brasil. A desocupação vem acontecendo desde a semana passada, com a passagem do governador e sua equipe pelo município, garantindo a manutenção de abrigos e a passagem de retorno aos estados de onde vieram. Hoje, após reunião com diversas instituições municipais, estaduais e federais, conseguimos a liberação da ponte de forma voluntária e pacífica. Retiramos as tendas e foi feita a limpeza do local onde estavam alojados. Dos mais de 600, restam apenas 170”, explicou Antônio Teles, coordenador do Grupo Especial de Operações em Fronteira (Gefron).

Foto: Ascom/Sejusp

Crise migratória

Tentando deixar o Brasil com destino ao México e Estados Unidos, aproximadamente 600 imigrantes, a maioria de origem haitiana, deixaram seus abrigos e se concentraram na ponte de integração da fronteira com o Peru, em Assis Brasil, no dia 14 de fevereiro deste ano. A fronteira com o país vizinho está fechada desde março de 2020, em razão da pandemia o que causou conflitos envolvendo forças militares.

Reforço policial

Desde o início da crise migratória estabelecida na fronteira do Peru com Assis Brasil, o governo do estado garantiu a manutenção do Batalhão de Choque da Polícia Militar e do Grupo Especial de Fronteiras (Gefron), que contribuíram efetivamente para a retomada da ordem, após o conflito ocorrido no dia 16 de fevereiro, quando os imigrantes tentaram forçar a passagem na ponte, furando barreiras policiais peruanas. Além disso, o governo federal liberou o envio de 12 militares da Força Nacional e 20 policiais rodoviários federais, para a garantia do reforço a segurança e auxílio no bloqueio temporário na fronteira.

Foto: Ascom/Sejusp

Estado de calamidade

Sendo um dos municípios mais afetados pela pandemia no Acre e ainda com a crise migratória, a Prefeitura de Assis Brasil chegou a decretar estado de calamidade pública no dia 18 de fevereiro, solicitando ajuda ao governo federal, para o envio de assistência em saúde e resolução emergencial do problema, por encontrar dificuldades com a manutenção de abrigos, estadia e alimentação.

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