Parintins e Coca-Cola na agenda mundial da água

O feérico e retumbante espetáculo fascina, enfeitiça, prende. O bumbá, diz a historiagrafia,tem suas raízes no conhecido Auto do Boi, muito popular entre os nordestinos que migraram para a Amazônia durante o ciclo da borracha. Em Parintins, ganhou novos contornos com personagens do cotidiano ribeirinho e sotaques dos povos da floresta. No enredo, um peão (escravo) mata um boi querido por um rico fazendeiro para que sua mulher, grávida, possa conter seu desejo de comer a língua. Como o fazendeiro e sua filha, que tinha o boi como favorito, ficam irritados, o peão pede ajuda de um pajé da tribo, a fim de ressuscitar o animal. Em torno dessa temática os bois foram se popularizando, atraindo multidões de fanáticos seguidores, a tal ponto que Parintins se divide, literalmente, entre azuis e vermelhos.
Inicialmente, o festival contava com apresentações de quadrilhas juninas, danças estas que aos poucos foram se tornando menos interessantes à medida que crescia o fanatismo pelos bois Azul (Caprichoso) e Vermelho (garantido). Com o passar do tempo e as disputas se tornando mais contundentes, o evento cresceu e ganhou fama nacional e internacional. De acordo com dados do Portal Brasil, cada boi reúne, em média, 600 brincantes, sendo seus elementos fundamentais baseados em rituais, celebrações folclóricas, figuras típicas, lendas e tribos. As técnicas empregadas nas coreografias e alegorias dos bois e demais personagens durante as apresentações têm influenciado até desfiles de carnaval de Escolas de Samba do Rio de Janeiro e São Paulo, com a inclusão de movimentos e alegorias articuladas.
A Coca-Cola Brasil, um dos principais parceiros do Boi de Parintins, aplica, anualmente, R$ 5,5 milhões no suporte à realização do Festival. Por outro lado, nesta edição 2017 promoveu, associada ao Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), o Water Summit 2017, agenda preparatória para o 8º Fórum Mundial da Água, maior evento global sobre o tema, de responsabilidade do Conselho Mundial da Água e que será realizado pela primeira vez no Brasil, em 2018.
O Water Summit 2017, versãofluvial, reuniu no navio-hotel IberoStar (capacidade para 150 passageiros alojados em 70 apartamentos e duas suítes)representantes de importantes instituições mundiais ligados ao meio ambiente e sustentabilidade. Dentre estas: FAO/ONU, BIRD (Banco Mundial), Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Fundação Avena, WWF, Nature Conservancy, McDonald’s do Brasil, Fundação SOS Mata Atlântica e Fundação Amazônia Sustentável (FAS), dentre outras.
O evento objetivou, em síntese, refletir e apontar soluções para garantir sustentabilidade dos recursos hídricos, tema de relevância mundial de acordo com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pelas Nações Unidas, que prevê a erradicação da fome no mundo pelo ano 2030 e assegurar aumento de 70% na produção mundial de alimentos para atender a população da terra que, por volta de 2050, deverá alcançar 10 bilhões de habitantes.
Manaus, 10 de julho de 2017.
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