Para não promover risco aos estados que acolhem as pessoas, o governo federal estabeleceu o reforço dos filtros sanitários na fronteira
Mesmo com o fechamento da fronteira do Brasil com a Venezuela em função da pandemia de covid-19, a força tarefa da Operação Acolhida reforçou os cuidados com a interiorização dos venezuelanos que já estão em abrigos no Brasil. O Ministério da Cidadania informou nesta terça-feira (25) que foram adotadas medidas adicionais em todas as etapas dos processos, como o estabelecimento de áreas de proteção e cuidado em Pacaraima e Boa Vista, em Roraima, e em Manaus, no Amazonas.
Para não promover risco aos estados que acolhem as pessoas, o governo federal estabeleceu o reforço dos filtros sanitários na fronteira, a inspeção médica adicional antes do ingresso nos abrigos, a prioridade para a interiorização de pessoas que já estejam abrigadas pela operação e o monitoramento clínico por até duas semanas após a chegada aos locais de destino.
De acordo com o ministério, caso alguma pessoa que esteja apta para a interiorização apresente sintomas suspeitos ou resultado positivo para o coronavírus, a viagem fica suspensa até o completo restabelecimento.
Interiorização
Por causa da crise política, social e econômica no país vizinho, muitos venezuelanos atravessam a fronteira terrestre com o Brasil, pelo estado de Roraima, em busca de recursos ou mesmo refúgio no país. Além da recepção na fronteira, a Operação Acolhida promove a interiorização das famílias para outros locais do Brasil.
Um comitê coordenado pelo Ministério da Cidadania é o responsável pela transferência e inclusão socioeconômica dos imigrantes. A pasta também vem apoiando estados e municípios que recebem os venezuelanos para que organizem abrigos temporários e eles não fiquem expostos à situação de rua.
Lançada em março de 2018, a Operação Acolhida é uma força tarefa humanitária, coordenada pelo Ministério da Defesa, composta por vários ministérios, com apoio de órgãos estaduais e municipais, de agências das Nações Unidas e de mais de 100 entidades da sociedade civil, para oferecer assistência emergencial aos imigrantes e refugiados que entram no Brasil pela fronteira com Roraima.
A estratégia de interiorização começou em abril de 2018. Até o final de fevereiro deste ano, foram deslocadas mais de 33,3 mil pessoas para mais de 492 cidades brasileiras.