O futuro que nos espera

Uma expressão tem aterrorizado muitos profissionais no século da tecnologia e da inclusão digital: profissões que deixarão de existir daqui a alguns anos. O terror é uma imagem criada pelas tantas divulgações que vemos ocorrendo em mídias sociais, panfletos e outros. Contrário disso, o conceito que precisamos ter em tempos de mudanças é que profissões não vão deixar de existir, mas sim, se transformarem.

De tempos em tempos, presenciamos mudanças nos cenários empresariais e de mercado de trabalho em diversos aspectos. Há 60 anos atrás, víamos uma grande evolução em relação a novos métodos de produção: quem produzia mais, tinha uma competitividade maior em relação a seus concorrentes. Assim, criava-se estoques abarrotados, produtos ultrapassados, compras excessivas de matérias-primas, rombos financeiros, e assim por diante. Mais alguns anos na frente, vivemos um momento de que quem tinha mais máquinas, tinha a melhor imagem e competitividade. Assim, criava-se muitas dívidas e um excesso de consumo de combustíveis, matérias-primas, recursos humanos e outros. Após esses dois períodos específicos, passamos a notar que ações começaram a ser planejadas para ajustar esses pontos excessivos e que levavam as empresas a terem muitas perdas financeiras.
 

Foto: Arquivo/Rede Amazônica
Com novos sistemas de automatização, o desafio se transformou: quem tinha mais competitividade era quem tinha processos mais ajustados e enxutos, sem desperdícios de recursos humanos e financeiros. E assim, a cada dia que passa vemos um novo plano de ação ser executado para ajustar mais ainda o mundo organizacional. É claro que temos algumas consequências disso: a troca da mão-de-obra pela mão automatizada.

Ao mesmo tempo que vivenciamos a substituição do fator humano pelo fator tecnológico, criamos uma outra análise que vai ao caminho inverso do que sempre ouvimos falar. A máquina vai tomar muitos espaços de trabalhadores e trabalhadoras? Sim, sem dúvida. No entanto, quem vai criar essas máquinas? Quem vai construí-las? Quem vai programá-las? Quem vai aplicar as manutenções preventivas e corretivas? Quem vai projetá-las com desenhos mecânicos e técnicos? Quem vai vendê-las? Quem vai estudar novos métodos de criar novas máquinas, mais eficientes e que gerem mais resultados positivos para o mercado? A resposta é: nós. Simplesmente nós.

O caixa que opera a contagem de dinheiro e pagamentos, agora poderá fazer tudo isso. O frentista que abastece os automóveis, agora poderá fazer tudo isso. O motorista que leva pessoas para lá e para cá, também poderá fazer tudo isso. O garçon que serve a todos e recolhe pedidos, também. Nada se acaba, tudo se transforma.

Junto a isso, temos alguns questionamentos sobre outras áreas específicas. Por exemplo, o que acontecerá com o Assistente Administrativo? Com os softwares que lançam, interpretam, retiram, colocam, se organizam, se gerem, o que será dessa função? É simples. Teremos uma outra transformação. Hoje, o assistente administrativo que atua com lançamentos de dados, organização de documentos, digitação de textos e outras atividades relacionadas, agora deverá ter uma atividade de interpretação de dados, criação de projeção administrativo/financeiro, estudo de mercado e outros.

Um exemplo prático? A máquina não pensa, logo não consegue criar uma projeção com análise de cenário econômico que tenha como foco a evolução do comportamento de clientes, exigências de mercado e outros. Se falarmos em projeção de números, ok. Máquinas calculam e se automatizam com base nisso. Porém, a máquina não sabe estudar comportamento de clientes, de mercado e seus segmentos. Passaremos a um tempo que pegaremos tudo pronto com as máquinas e faremos as interpretações e gestão de informações e dados. Estamos no século da INFORMAÇÃO. Quem mais as tiver, mais terá possibilidade de ganhar dinheiro e alcançar o sucesso.

O nosso futuro reserva espaços para quem gerir, interpretar e criar ações, dentro de suas áreas, de acordo com as informações que estiver disponível. O tempo de automação é agora e precisamos caminhar junto.

No presente, temos visto várias empresas surgirem com atuação em serviços de data centers (gestores de informações). Além disso, haverá a necessidade de segurança desses dados, privacidade e controle contra violações de todas as naturezas. O que antes era armazenado em um local físico, com papéis impressos e documentações empilhadas, agora está sendo guardado em máquinas. Você percebe a cadeia de oportunidades que temos diante disso para a criação de vagas de Seguranças de Tecnologia de Informação, Programadores, Desenvolvedores, Executivos de Informações, Executivos de Inteligência de Mercado e tantas outras ocupações?

Ao invés da ideia de que profissões vão acabar, precisamos ir no caminho oposto, mais amplo, mais profundo: como posso incluir a tecnologia dentro da minha atual profissão? Como, no futuro e logo breve, a inclusão digital entrará na minha vida? Como devo me transformar? Sempre é possível.

*Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Articulista dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazonas, CBN Rondônia e Portal Amazônia.
 

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

1° do Norte: autor amapaense Gian Danton recebe principal título dos quadrinhos no país

Com mais de 30 anos de carreira, Gian Danton consolida posição de Mestre do Quadrinho Nacional entre os principais nomes do país. Título é considerado o mais importante do Prêmio Angelo Agostini.

Leia também

Publicidade