O material substitui isolantes térmicos sintéticos por causa da baixa densidade e alto teor de celulose.
Você provavelmente já deve ter visto ou estado em lugares com paredes que possuem isolamento térmico e que, no verão ou inverno, ajudam a manter uma temperatura ambiente. Na Amazônia, por exemplo, os isolantes térmicos ajudam a amenizar o calor extremo. Afinal, uma temperatura equilibrada pode proporcionar bem estar e conforto para as pessoas.
Em geral esse isolamento é feito com placas de isopor. Contudo, com intuito de promover sustentabilidade com a bioeconomia – ciência que estuda os sistemas biológicos e recursos naturais aliados à utilização de novas tecnologias – uma pesquisa identificou um material que supera o isopor no isolamento: a bioespuma feita a partir da folha de buriti.
A pesquisa, realizada pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), encontrou alternativas enquanto buscava painéis estruturais de isolamento térmico mais sustentáveis. O estudo foi apresentado por Alessandra Silva Batista, mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Recursos Florestais e autora da pesquisa.
Esse material consiste na parte interna do pecíolo da folha do buritizeiro. É popularmente conhecido por comunidades tradicionais e indígenas como miriti.
O pecíolo é a parte que seria a haste da folha. Na parte interna, esse componente possui um material extremamente leve que serve para as populações tradicionais na confecção de artesanato.
Por que é isolante térmico?
O material substitui isolantes térmicos sintéticos por causa da baixa densidade e alto teor de celulose. Dessa forma, é capaz de substituir a camada central dos painéis estruturais de isolamento. Além de sustentável, é um produto importante para a Amazônia, o que torna essencial manter sua preservação.
Atualmente, na Amazônia, há abundância de buritizeiros, que são utilizados em maior parte para a produção de artesanato. A proposta da pesquisa é gerar mais valor tecnológico ao produto.
Registro
Como a bioespuma de buriti é inédita, o produto ainda está em processo de patente pelos pesquisadores da USP. A equipe de pesquisa busca parceiros para financiar o trabalho junto com a indústria.