Empresa do Amazonas cria tapa-buracos à base de juta

Produto aplicado sobre o buraco de uma via em Manaus. Foto: Divulgação/Ecoete

Problemas com buracos em vias são velhos conhecidos dos moradores de Manaus. As intempéries climáticas, o alto custo das obras de tapa-buracos e a logística dificultam a solução do mal aflige manauaras de todas as zonas da cidade. Levando em conta todos esses ‘poréns’ a empresa Ecoete, sediada no Amazonas, especializada em tecnologias e soluções ambientais, criou um produto que tapa-buracos à base de juta, fibra abundante no Estado.De acordo com o engenheiro da empresa, Bernardo Ferreira, o produto chamado PavePatch é uma capa plástica que funciona como um curativo para ferimentos. A tecnologia é utilizada em vários lugares, mas outros tipos de fibra e artificiais. “Um buraco não é nada mais que um ferimento no pavimento. O PavePatch é como um band-aid. Você só precisa colocar terra no buraco e por cima adicionar o produto, que vai aderir ao fundo e formar uma capa asfáltica”, explica.

O produto é feito com uma mistura de asfalto, areia, seixo, aditivos e uma manta de juta. A juta é uma fibra têxtil vegetal produzida, principalmente, no Amazonas. Segundo Bernardo, sem a juta, algum produto sintético, normalmente de outra cidade, precisaria ser adicionado à mistura. A aplicação da juta na tecnologia oferece a comodidade de ser um produto facilmente adquirido na região, e com preço inferior ao outras fibras.

Aplicação do produto sobre buraco em rua de Manaus. Foto: Divulgação/Ecoete

Na opinião do engenheiro, a solução disponibilizada pela Ecoete também elimina a complexa logística de materiais e pessoas que são necessários para fazer a manutenção das estradas e ruas do Amazonas, e até do restante do Brasil. “Atualmente para uma cidade fazer correções nas suas ruas ela precisa de uma usina de asfalto, carretas para transportar máquinas pesadas como rolo compressor e uma média de doze pessoas. Com o Pavepatch não é precisa utilizar asfalto ou máquinas pessoas. Duas pessoas com um carro podem fechar um buraco através da solução”, disse Bernardo. 
Forno utilizado na produção do Pave Patch. Foto: Divulgação/Ecoete 

Barreira nacional, abertura internacional

Um dos grandes empecilhos para a utilização do produto em larga escala é a “resistência das pessoas à coisas novas”, avalia Bernardo. “Principalmente falando de métodos que estão disponíveis há pelo menos 20 ou 30 anos. O poder público, que é um dos setores que mais investe na manutenção de ruas, não dá sinal de interesse”, revela o engenheiro da empresa.

Atualmente, a Ecoete busca encontrar compradores em outros países que adotem o uso da tecnologia. “Estradas nós temos em todo lugar. Há muitas possibilidades em outros países, principalmente aqueles que já têm a prática de adotar novas tecnologias em suas estradas, como a Alemanha e a Holanda”, finaliza Bernardo.

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