Ações presenciais e digitais do ‘Cidade do Jazz’ buscam maior alcance e diversidade de público

A edição deste ano foi estruturada a partir de quatro principais linhas de trabalho: campanhas publicitárias e educativas em rádio e televisão; o jazz virtual (redes sociais); o caminhão do Jazz; e uma exposição presencial interativa.

Quando a segunda edição do Cidade do Jazz entrou em fase de planejamento, um dos propósitos ficou evidente: o projeto precisava alcançar cada vez mais pessoas, possibilitando que manauaras de todos os nichos e partes da cidade possam ao menos ‘experimentar’, de alguma maneira possível, o Jazz. Em uma analogia bem conhecida, seria dizer que nosso objetivo foi definido como ‘plantar uma semente’. Isso porque, ao mesmo tempo em que pretende inspirar novas formas de expressão artística, esse contato da população com o estilo também pode ter um impacto econômico, uma vez que a cadeia econômica ao redor do Jazz tem um grande vetor impulsionador local, que é o Festival de Jazz.

Mas, para ‘semear’ esse propósito, o projeto também precisaria ter uma maior abrangência e diversidade de mídias. Pensando nisso, a edição deste ano foi estruturada a partir de quatro principais linhas de trabalho: campanhas publicitárias e educativas em rádio e televisão; o jazz virtual, ação específica para redes sociais; o caminhão do Jazz, que volta a circular em Manaus; encerrando ainda com uma exposição presencial interativa em algum local de grande circulação.

Foto: Divulgação/FRAM

A primeira fase, que também se sobrepõe às demais (pois segue ‘no ar’ durante todo o projeto), consiste em uma série de VTs e spots de rádio, com conteúdos inspiradores e educativos sobre o Jazz. A ação foi casada com o lançamento do selo ‘Cultura Transforma’, que visa disseminar a cultura como um vetor de transformação pessoal e social. 

“Queremos que as pessoas que estão em casa – que acompanham a programação – comecem a pensar no impacto que a cultura tem em suas vidas e rotinas. E, quem sabe esse contato possa evoluir e tomar outros formatos capazes de mudar a trajetória pessoal de alguém que se dedique à arte”, explica Marcya Lira, diretora-executiva da Fundação Rede Amazônica (FRAM). A campanha está sendo veiculada desde abril na programação dos canais do Grupo Rede Amazônica (GRAM) e segue até final de julho.

Seguindo a programação ‘presencial’, a proposta resgatou, da edição anterior, o Caminhão do Jazz, que desta vez estaciona em dez escolas da rede estadual de ensino. Além de apresentar o Jazz a muitos estudantes que não conhecem esse gênero, a atividade propõe aos estudantes a experiência de estar em um palco, participando de apresentações musicais ao som do jazz. Com o apoio de bailarinos contratados pelo projeto, eles são desafiados a arriscar passos de dança e podem ainda receber o feedback do público – na maioria seus próprios colegas de sala.

Foto: Divulgação/FRAM

A estudante Fabíola Ramires, da Escola Estadual Deputado Josué Cláudio de Souza (GM), no bairro Coroado, ficou surpresa ao saber que o Jazz também é um estilo de dança. “Eu já conhecia as músicas, tinha ouvido algumas, principalmente instrumentais, mas não sabia que dava pra dançar Jazz. Gostei muito da ação e quero voltar a participar desse tipo de atividade”, afirma a estudante.

Eliana Silva, pedagoga da escola em que Fabíola estuda, destaca a importância de ações como esta para a formação dos estudantes. “A iniciativa é maravilhosa. Os alunos precisam conhecer todos os tipos de música e isso está, inclusive, previsto na grade curricular da disciplina de Artes. Isso que eles estão vivenciando hoje é uma forma diferente e marcante de transmitir o conteúdo que seria passado de forma tradicional, em sala de aula”, aponta a profissional. 

Diversificar o acesso também é o ponto principal na visão do professor Josimar Moreira Pereira, da E.E. Sebastiana Braga. A escola, localizada na Avenida Timbiras, zona norte da Cidade, foi a primeira a ser visitada nesta temporada do projeto. “O Jazz é algo ainda distante da rotina de muitos alunos, que preferem outros estilos musicais. Isso muitas vezes acontece porque eles têm acesso mais recorrente a esses outros estilos, de forma mais fácil, enquanto o jazz ainda tem uma aura de inacessível. Diversificar esse acesso à cultura, seja qual for, é fundamental para a formação deles”, explica o professor, que atualmente leciona Artes, Filosofia e Língua Portuguesa.

Esta segunda edição também reforça sua inclinação ao público jovem a partir de um foco mais direcionado para as redes sociais. A proposta, no entanto, é diferente do modelo tradicional de campanhas digitais: em parceria com cinco artistas locais de diferentes vertentes, o projeto está estimulando a criação de cinco obras digitais inéditas, inspiradas pelo Jazz. 

A iniciativa terá como conta oficial o perfil da Fundação Rede Amazônica (FRAM) no Instagram: @fundacaoredeam. A divulgação das obras acontece semanalmente, desde 15 de junho. A programação de publicações da FRAM também girará ao redor da obra lançada durante a semana. “Para acompanhar, é só seguir a Fundação das redes sociais e ativar os alertas, para garantir que a publicação apareça na timeline“, explica a gestora da FRAM.

Foto: Divulgação/FRAM

Mas, por qual motivo o público jovem tem sido um dos principais focos do projeto? Simplesmente porque é principalmente nessa fase da vida que muitos descobrem e começam a cultivar sua paixão por música e artes, de forma geral. E, se depender do interesse dos jovens em descobrir coisas novas – mesmo essas coisas novas sejam… ironicamente, antigas – o projeto tem um grande potencial para atingir esse propósito. Conforme o site ‘tenhomaisdiscosqueamigos’, uma pesquisa divulgada pela Roberts, a mais antiga fabricante de rádios do Reino Unido, apontou que 57% dos jovens entrevistados têm interesse em ouvir mais músicas antigas na rádio, enquanto 36% afirmaram estar procurando conhecer mais sobre as músicas antigas. Em oposição a isso, apenas 18% dizem ter dificuldades para curtir canções mais velhas.

Foto: Divulgação/FRAM

Encerrando a temporada 2022, o projeto está promovendo, entre os dias 1º e 21 de julho, uma exposição interativa sobre Jazz. A exposição está montada no Amazonas Shopping, zona centro-sul de Manaus, e é formada por cabines digitais com informações e curiosidades sobre o Jazz. A atividade é gratuita e aberta ao público e está disponível para visitas das 15h às 21h, inclusive aos fins de semana. A ideia é utilizar o potencial de público no local para compartilhar essas informações e curiosidades com o maior número de pessoas.

O projeto, realizado pela Fundação Rede Amazônica (Fram), busca, afinal, estimular o setor cultural em Manaus, criando e educando novos ouvintes (enquanto público), entusiastas e profissionais do ramo. Esse tipo de ação tem um grande poder para transformar vidas a partir do acesso diversificado a músicas de qualidade e com potencial transformador. E assim, a capital do Amazonas se torna cada vez mais uma cidade que respira, estimula e sustenta a cultura; cada vez mais, a Cidade do Jazz. 

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